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13 DE DEZEMBRO DE 2010

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Os imóveis estão caros?

(*) Paulo Henrique Praes Tenho visto muitas pessoas reclamarem dos preços dos imóveis, seja nas capitais, interior e até mesmo litoral. Mas os preços estão realmente caro? O que define o preço de um imóvel? Se eu esperar para comprar meu imóvel os preços podem cair e eu vou fazer um bom negócio? Essas são […]

Por: Da Redação

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(*) Paulo Henrique Praes

Tenho visto muitas pessoas reclamarem dos preços dos imóveis,
seja nas capitais, interior e até mesmo litoral. Mas os preços estão realmente
caro? O que define o preço de um imóvel? Se eu esperar para comprar meu imóvel
os preços podem cair e eu vou fazer um bom negócio? Essas são algumas das
principais dúvidas dos potenciais compradores de imóveis.

No mercado financeiro, costuma-se usar o termo “a bolsa está
cara” para classificar o momento em que o preço das ações está valorizadas e a
probabilidade maior é de queda do que de alta. Ou seja, o momento é mais
propício para venda do que para compra. Estaria o mercado imobiliário caro?

Definitivamente não. E por que não? Por que temos um déficit
habitacional muito alto. O déficit habitacional é um indicador que aponta o
número de famílias sem moradias ou em moradias inadequadas. O dado mais recente
é de 2008, onde indicava a necessidade de 5,8 milhões de moradias sendo que 82%
seriam para famílias com renda até três salários mínimos. Esse número pode
ainda ser maior, já que as pessoas que moram de aluguel não são contabilizadas
nesse indicador. Mas na prática, o que isso quer dizer?

Isso quer dizer que ainda teremos demanda aquecida desde que
haja disponibilidade de crédito. Como a sucessão presidencial confirmou a
eleição da candidata do Governo, Dilma Roussef, a tendência é que a política de
financiamento e também programa habitacionais como o “Minha Casa, Minha Vida”
sejam mantidos e até ampliados. Fazendo um link deste contexto com a valorização
dos imóveis, pode-se entender um pouco melhor a dinâmica deste mercado.

É obvio que o tamanho, o estilo, o padrão, o acabamento e a
localização contribuem significamente para a formação do preço de um imóvel.
Mas o fator determinante, como ocorre na maioria dos demais produtos, é a
oferta x procura. E a procura, como foi mostrado, continuará alta. Outro
impacto importante na formação do preço do imóvel é o seu custo. Saia pelas
ruas dos subúrbios e vejam quantas obras e quantas reformas estão em andamentos.
Os custos dos materiais de construção também estão pressionados pela forte
demanda. O INCC, por exemplo, índice nacional do custo da construção civil,
medido pela FGV até novembro de 2010 já acumulava alta de quase 7%. E com o
aquecimento do mercado, nos grandes centros, quase não há mais terrenos
disponíveis, o que também pressiona os preços.

Se você ainda tem dúvida sobre o comportamento dos preços dos
imóveis, acho melhor correr. Você tem o sério risco de perder um bom negócio
hoje. E o dinheiro que você tem hoje, amanhã, talvez, não seja mais suficiente
para comprar.

 

(*) Paulo Henrique Praes é economista, pós-graduado pelo Ibmec-SP e
consultor.

www.praes.com.br

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