Palanque no Twitter | Boqnews

Nacional

17 DE SETEMBRO DE 2010

Siga-nos no Google Notícias!

Palanque no Twitter

Para o bem ou o mal, é dito que as guerras são responsáveis por descobertas e avanços tecnoló-gicos.  A corrida espacial e o aprimoramento da ciência nuclear são exemplos, por exemplo, da Guerra Fria, quando soviéticos e estadunidenses disputavam país a país a supremacia de sua política no mundo. As eleições, por sua vez, não […]

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Para o bem ou o mal, é dito que as guerras são responsáveis por descobertas e avanços tecnoló-gicos.  A corrida espacial e o aprimoramento da ciência nuclear são exemplos, por exemplo, da Guerra Fria, quando soviéticos e estadunidenses disputavam país a país a supremacia de sua política no mundo. As eleições, por sua vez, não deixam de ser um tipo de “guerra”, às vezes nem tanto fria, pelos corações, mentes e votos da população. O que torna cada campanha, a cada pleito, um berço para que novas técnicas e tecnologias passem a ser utilizadas. E se em 2008 as redes sociais davam as caras, 2010 promete ser a eleição do Twitter.


O microblog, acessível a qualquer pessoa que se cadastre gratuitamente para utilizá-lo, conta com um espaço com até 140 caracteres que pode ser preenchido das mais diversas formas. Se mídias como o Orkut têm um alcance muito maior no Brasil do que, por exemplo, os Estados Unidos, o Twitter é um verdadeiro fenômeno mundial, usado por pessoas “comuns” e até mesmo celebridades de Hollywood.


O potencial “aglutinador” dessa rede já foi percebido. Tanto que os quatro presidenciáveis mais bem colocados utilizam – seja por eles próprios ou por assessores – a ferramenta. Nas eleições para Câmara e Assembleia, não é diferente, e os candidatos da região também participam. Há desde os mais “antigos”, como Raul Christiano (PSDB) e Márcio França (PSB), atualmente os concorrentes à Câmara Federal com mais seguidores na Baixada Santista, até Bruno Covas (PSDB), líder entre os pleiteantes à Assembleia Legislativa.



Impacto


Mas qual o impacto esperado? O especialista em Marketing Político e professor universitário, Sérgio Trombelli, é um dos que apostam que o meio eletrônico está tendo grande representatividade nestas eleições. “No passado dizia-se que a internet não tinha penetração. Agora isso não há mais. O Twitter é uma ferramenta ágil, de grande valia para se passar informações e conhecer a agenda de candidatos. E isso facilita muito mais até mesmo o trabalho do jornalista, na hora deste passar os dados aos seus leitores e espectadores”, avalia.


O jornalista e cientista político Fernando Chagas concorda que o peso da internet nos pleitos é crescente e considera ainda que a utilização do Twitter tem se dado até acima das expectativas. “Principalmente por meio dos candidatos à Câmara e à Assembleia Legislativa, que não contam com tanto espaço na televisão, estão utilizando essa nova tecnologia”, considera. Chagas, por sua vez, avalia que ainda não é possível determinar qual será a influência desses meios nas eleições, mas reflete que o eleitor é que tem a ganhar com a entrada do Twitter e de novas ferramentas virtuais nas campanhas.


“No passado, só se conhecia o candidato de quatro em quatro anos, e o eleitor acaba agindo como um sujeito passivo, que recebia as propostas e não as podia debater. Restava então acompanhar e só depois de quatro anos cobrar. Com a interatividade que essas redes permitem, o eleitor não só pode responder ao candidato como descartá-lo imediatamente”, explica. Essa comunicação, no entanto, não é exatamente um trabalho fácil. Principalmente pelo Twitter ser hoje uma tecnologia nova e de poucas experiências eleitorais. “Você tem a limitação inicial, que são os 140 caracteres, que não permitirão uma profundidade muito grande no que se escreve”, prevê Trombelli.


Além disso, como recorda Fernando Chagas, o desconhecimento da ferramenta fica claro pela forma nem tanto como os próprios candidatos estão lidando, mas os militantes dos partidos, ao defenderem seus favoritos no pleito. “Há por vezes uma baixaria na internet, principalmente na disputa do Executivo e no Governo do Estado. As militâncias estão efetuando ataques, ao invés do encaminhamento de mensagens positivas e ideias”, lamenta o cientista político.



Cuidados


Os cuidados hoje já são tantos que na maioria das vezes, segundo Chagas, quem passa o dia no Twitter é o assessor. O que significa que o candidato não possa assumir as rédeas do microblog. “Eventualmente, quando o Serra fala do Palmeiras (time do coração do tucano) ou você lê uma frase mais descontraída da Marina dizendo que é mulher, política e querem que ela fale pouco, você nota que há uma participação do candidato. E é até importante, dá uma humanizada ao perfil. Mas mesmo isso passa por uma triagem, saber o momento certo de falar”, explica.


Mas serão o Twitter e as novas redes que surgirem nos próximos anos ferramentas cada vez mais exclusivas para a comunicação? Chagas e Trombelli divergem. Para o cientista, a tendência é a da massificação da internet e a redução de “quilômetros caminhados” pelos políticos. “Não dá para precisar se em 2012 ou 2014, mas a internet tende a possuir um peso até maior que o contato com o candidato na rua. As pessoas de baixa renda estão tendo cada vez mais acessos a computadores e a preponderância do meio virtual vai aumentar. A estratégia será andar menos e atrair mais eleitores. Por vezes de forma cada vez menos humana”, considera.


O professor universitário, por sua vez, crê que o contato físico nunca será substituído pelas mídias digitais. “O meio eletrônico permite maior variedade e criatividade nas eleições, e é algo a ser acompanhado, pois a internet consegue até democratizar. Mas para se ter tudo que o Twitter oferece, deve-se haver uma manifestação dos eleitores. Eletronicamente, é complicado saber o que o eleitor está realmente recebendo e se está recebendo bem. Nada substitui o corpo a corpo. Twitter e outras tecnologias engrossam a campanha, mas não podem substituir a ida para as ruas”, conclui.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.