Seja no ambiente de trabalho ou em momentos de lazer é comum ouvirmos alguém pedir remédios que aliviem rapidamente dores de cabeça (ou cefaleia). Às vezes, junto com o medicamento vem um conselho amigo: buscar por um médico oftalmologista para ver se há a necessidade do uso de óculos ou aumento de grau. Porém, há mais de 200 tipos de cefaleia, ou seja, nem sempre essas dores estão ligadas à saúde da visão, principalmente se são contínuas, intensas e apresentam outros sintomas.
Ao sentir dor de cabeça pelo menos duas vezes na semana é recomendado ir a um médico neurologista ou clínico geral, de acordo com Célia Roesler, vice coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia. “Dor não é normal, significa que algo no organismo não está indo bem”, afirma. Célia explica que existe a cefaleia primária e secundária. A primeira é quando a dor é o principal – ou único – problema. Já na secundária, a dor é apenas mais um sintoma de alguma doença.
“O neurologista é o profissional de saúde que dará o diagnóstico. Quando a dor de cabeça está relacionada à problemas de visão, a pessoa sente dores no final do dia, por exemplo. Ou quando é um quadro de meningite, ela terá rigidez na nuca, além de outros sintomas. Essa análise quem faz é o neurologista, que irá encaminhar ao especialista adequado”, salienta.
Célia ressalta que o uso indiscriminado de medicamentos não é bom para o paciente, pois com o passar o tempo pode surgir o efeito rebote, potencializando os sintomas.
Estresse
No sentido literal, a crise econômica tem dado várias dores de cabeça aos brasileiros. A neurologista conta que nos últimos meses tem percebido aumento no número de pacientes em seu consultório. Muitos deles apresentam a cefaleia tensional, desencadeada pelo estresse. Neste caso, o tratamento consiste em remédios prescritos pelo neurologista, mudança de hábitos diários e, se necessário, terapia.