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Foto: Divulgação/Sociedade Brasileira de Mastologia

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06 DE OUTUBRO DE 2023

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Entenda a importância na conscientização do Outubro Rosa

Ginecologista Maria Sílvia explica sobre os cuidados, exames, avanços médicos e a conscientização do câncer de mama

Por: Vinícius Dantas
Da Redação

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Com a chegada do mês, também vem o Outubro Rosa, uma campanha importante e essencial que visa conscientizar as mulheres sobre o câncer de mama.

Segundo a ginecologista doutoranda pela UNIFESP e professora da Faculdade de Medicina da Unimes, Maria Sílvia Petty Moutinho, a conscientização precisa ser diária.  Ela acha importante um mês para lembrar a todas mulheres a importância de se fazer os exames de rotina, ir no ginecologista, ter avaliação das mamas, pois a incidência tem aumentado ano a ano, não só no Brasil, mas em todo o mundo.

Ela sugere que uma mulher deve incentivar outra a fazer exames e disse que é comum quando uma mulher teve o câncer e uma pessoa que não teve ocorrerem algumas dúvidas, porque o exame de mama é desconfortável.

“O mês de outubro é bom para isso. Às vezes, a mulher que passou o ano todo e não fez o exame quando assistem a propaganda, muitas vão no consultório para atualizar seus exames. Vemos que em outubro aumenta muito a procura para fazer consultas e avaliações”, lembra a ginecologista.

 

Diagnóstico precoce

Sobre a importância do diagnóstico precoce no tratamento do câncer de mama, a ginecologista afirma que quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as possibilidades de cura.

“Quando a gente faz um rastreamento adequado na população toda, fazendo mamografia de rotina, consegue detectar o câncer antes dele ser clínico, ou seja, antes dele ser palpável, ser notado clinicamente. As chances de cura são muito maiores, porque a gente tem a cirurgia mais conservadora, com tratamentos menos agressivos”.

 

Fatores de risco

Tratando dos fatores de risco mais comuns associados ao câncer, a médica aborda que existem fatores hormonais, por exemplo, que influenciam. Ou seja, a mulher que menstrua a primeira vez muito cedo, a que termina de menstruar muito tarde, menopausa tardia e menarca precoce.

Assim como o uso muito prolongado de hormônios, ou nas mulheres que não possuem filhos ou tem filhos em uma idade muito avançada, depois dos 35 anos, tendo o primeiro filho.

Nos fatores de hereditariedade, ela menciona que cerca de 15% das mulheres que têm câncer de mama possuem casos na família. “Isso é um fator de risco muito importante, mas temos de lembrar que 85% que tem câncer de mama não tem caso na família. São fatores ambientais. A obesidade após menopausa é um fator de risco muito importante, sedentarismo, tudo que aumenta o peso aumenta o risco para câncer de mama, principalmente na pós menopausa”, disse.

 

Avanços

Um ponto importante e que diversas pessoas ficam se questionando é no tema sobre os avanços no tratamento. De acordo com ela, todos tipos de câncer, de maneira geral, são muito estudados, mas em especial o câncer de mama é disparado o mais frequente no mundo todo.

“Temos drogas específicas para alguns tipos de tumores que anos atrás eram muito agressivos, chamamos de terapia alvo, usada especificamente para subtipos moleculares de câncer. Temos imunoterapia, utilizada para o câncer triplo-negativo, avanços na área cirúrgica e genética, quando descobre que o câncer tem mutação genética. Existem drogas específicas para o tipo de mutação. BRCA é a mutação genética frequente associada a hereditariedade ao câncer de mama”, explica a ginecologista.

Com isso, existem medicações que atuam com diversos tipos de paciente. A radioterapia avançou em diversos aspectos e também ocorreram muitos avanços no tratamento da oncologia mamária, segundo a profissional.

 

Mitos

A ginecologista aborda que um dos mitos comuns sobre o câncer é de que a pessoa vai morrer pela doença, assim como da mulher pensar que todo câncer de mama vai levar a uma mutilação da mama.

“Nós temos técnicas oncoplásticas que deixam as mamas muito bem depois da cirurgia. As mulheres tem medo de descobrir o câncer, pois tem medo da cirurgia, acham que irão ficar mutiladas por conta da doença. Este é o maior medo. Além daquele mito de que mama dolorida é risco para câncer.  A dor na mama não é um sintoma específico para o câncer de mama.  Esses são principais mitos e medos que as mulheres têm”.

Ela reforça a necessidade da divulgação desses mitos, pois mulheres que conseguem fazer tratamento no início da doença, podem ser curadas.

 

Como evitar o câncer?

Conforme a médica explica para evitar o câncer de mama é importante ter hábitos saudáveis, combater obesidade, principalmente na pós menopausa, fazer atividade física, manter o peso adequado para sua estatura, fazer dietas ricas em fibras, pobres em carboidrato e  em gorduras maléficas à saúde

Ela cita que se o paciente tem atividade física regular, mantém peso adequado, dieta balanceada, resulta na diminuição em 30% do risco de câncer.

“Se tiver esses hábitos saudáveis, diminui muito a chance do câncer voltar. Por isso, é válida a conscientização da importância de se manter no peso adequado e combater alcoolismo, outro fator de risco para o câncer de mama. Quanto mais hábitos saudáveis a mulher tiver, menores são os riscos tanto de desenvolver o câncer, quanto dele voltar”.

 

Apoio

Um fator fundamental para os pacientes com o câncer de mama é o apoio da família. A ginecologista conta que é o grande diferencial na evolução do tratamento do câncer, quando a mulher tem apoio dos maridos e filhos, a recuperação é melhor. O tratamento é longo, então quando há uma quimioterapia, existem tratamentos quimioterápicos que duram de 8 meses a 1 ano. Ou mais.

Assim, ela informa que as pacientes ficam sensibilizadas quando estão com câncer de mama e não só é importante o apoio familiar, mas também no ambiente de trabalho, com apoio dos chefes, por exemplo, e haver o entendimento deles sobre o afastamento e acolhimento delas de volta ao trabalho.

“Muitas mulheres quando tem câncer ficam com medo de perder o emprego, o marido. Elas ficam inseguras. Assim, o o apoio da família e trabalho é fundamental para que se sintam seguras. E quando está segura de que vai se curar, a gente sabe do impacto disso no sistema imunológico. Quanto mais confiante estiver para enfrentar um tratamento de câncer, maiores são as possibilidades que o tratamento seja um sucesso”, relata.

Na questão do autoexame, as mulheres têm que se conhecer bem. Na possibilidade de um tumor surgir no intervalo anual das consultas, ela tem que ser a primeira a notar. O autoexame não substitui exame ginecológico e nem a mamografia anual. Porém, é importante conhecer o corpo e fazer o toque após o período menstrual.

O Outubro Rosa apresenta que quanto mais mulheres realizarem os seus exames, mais rápido chega a cura e o tratamento se torna eficaz.

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