A queda da arrecadação nos cofres da Prefeitura de Santos tem efeitos preocupantes, conforme o relatório resumido da execução orçamentária publicado na última semana no Diário Oficial de Santos. Um deles diz respeito ao aumento dos gastos com pessoal que já atingiram até agosto o equivalente a 51,46% da receita corrente líquida, índice superior aos limites prudencial (48,6%) e de alerta (51,3%) determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Não bastasse este cenário preocupante (o limite máximo é de 54%), dobrou o percentual da dívida consolidada líquida sobre a receita corrente líquida. Ou seja, a prefeitura tem se endividado cada vez mais. No ano passado, o percentual fechou em 10,09% (R$ 180,2 milhões), caiu para 6,39% no primeiro quadrimestre deste ano, mas dobrou (12,71%) neste segundo. Em números, a dívida consolidada líquida cresceu de R$ 117,3 milhões para R$ 234,8 milhões em apenas quatro meses! E pelo ritmo da economia, a tendência é de alta.
Ainda que esteja distante do limite prudencial de 120% (um absurdo, aliás!), com menos dinheiro em caixa, a máquina administrativa começa a emperrar, com atrasos nos pagamentos. De duas uma: aumentar a receita ou cortar as despesas. Será o prefeito se habilitará a fazê-lo ainda mais às vésperas de um ano eleitoral?