Após os incêndios em ônibus na Zona Noroeste, em Santos, praticados por bandidos e que deixaram populares sem transporte público na quarta-feira, um novo incêndio, desta vez, na orla do Boqueirão na noite de quinta-feira (14), trouxe à tona a possibilidade de um novo ataque provocado por grupos criminosos.
O episódio ocorreu em uma base do Samu, entre a orla da praia e Rua Oswaldo Cruz.
No entanto, pelas características da ocorrência, a tendência é que o fogo teve origem a uma falha técnica ou por um equipamento ligado.
Ou seja, por uma eventual ocorrência natural e não algo planejado por alguém. Não houve vítimas.
A explicação é do secretário de Segurança Pública de Santos, Sergio Del Bel.
No entanto, ele salientou que o resultado definitivo decorrerá da divulgação da perícia da Polícia Científica, já realizada no local.
Funcionários da Defesa Civil e engenheiros da Prefeitura também já vistoriaram o espaço, que ficou totalmente destruído.
No entanto, o secretário destacou algumas características do episódio, praticamente descartando a ocorrência de algum ato criminoso.
“Quando soube do incêndio, logo pensei que seria um novo ataque. Mas ao chegar ao local, descartei”, explicou.
Segundo o secretário, o incêndio iniciou momentos depois que um funcionário do Samu ter deixado a unidade, localizada na antiga Ilha de Conveniência, em frente à praia do Boqueirão, para atender a uma ocorrência na Ponta da Praia junto com o Corpo de Bombeiros.
Momentos depois, um guarda municipal que estava no local começou a avistar fumaça no interior da base do Samu, ao lado dos quadriciclos estacionados no local.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para evitar a propagação do incêndio.
Quadriciclos preservados
“Se fosse para causar um impacto, um dano ou algo para chamar a atenção, ao lado da base existiam uns 14/15 quadriciclos. E eles não sofreram danos”, destaca.
Assim, segundo Del Bel, tudo indica que o incêndio tenha sido originado por alguma falha elétrica ou algo decorrente dela.
“Além disso, havia oxigênio – usado no atendimento a pacientes – no local”, acrescentou.
Sozinho, o oxigênio não é inflamável, mas ajuda na combustão. Portanto, amplia o alcance das chamas.
Apesar de aguardar o resultado final da perícia, Del Bel praticamente descarta qualquer ato criminoso relacionado ao incêndio.
“Tenho convicção que não foi ataque”, diz.
Tudo perdido
A base do Samu foi entregue em dezembro de 2019, em parceria com o Governo Federal.
O espaço atendia chamados pela central 192 para atendimento a emergências na orla dos bairros Boqueirão, Embaré, Aparecida, Ponta da Praia, Gonzaga, Pompeia e José Menino.
A base tinha 37,5 m² e contava com espaço de recepção, copa e área de descanso, com camas para os profissionais do serviço utilizarem nos intervalos dos chamados.
As adequações, com a criação de divisórias, adesivagem, pintura e novo mobiliário, custaram R$ 30 mil de recursos municipais.
Além disso, o espaço também servia para a retaguarda dos profissionais e localização estratégica da ambulância.
Com o incêndio, nada restou.
Prefeitura
Em nota nas redes sociais, a Prefeitura informou que o atendimento à população não será afetado e que o atendimento terá distribuição para as outras dez bases de serviço na Cidade.
Além disso, as causas do incêndio receberão apuração da Polícia Científica.
Além disso, as imagens das câmeras do local já encaminhadas para as autoridades policiais.
“Após a perícia, haverá a limpeza do espaço e recuperação. Os prejuízos ainda serão calculados pelo Poder Público”, finalizou a nota.
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