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Opiniões

13 DE MARÇO DE 2024

Aprender com Singapura

José Renato Nalini 

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O tão falado exame PISA, que avalia estudantes de oitenta e um países para aferir sua performance em matemática, leitura e ciências, reservou para o Brasil uma pífia 65ª colocação no ranking.

Enquanto isso, Singapura novamente foi a líder entre todas as nações.

O que explica tal discrepância?

Há muitos “achismos” em matéria de educação. Cada opinião pode ter um pouco de verdade.

Mas é interessante ouvir quem vive em Singapura e saber o que ali se considera importante.

O livro “Aprendendo com Singapura – O Poder dos Paradoxos”, de Ng Pak Tee, matemático pela Universidade de Cambridge, é um bom começo.

Seu autor é professor do Instituto Nacional de Educação da Universidade Tecnológica de Nanyang, que seleciona e prepara os professores do país.

Ele considera pouco relevante o PISA, diante da grande preocupação de se levar a educação a sério.

Pensa que o avanço na educação de Singapura teve início em 1965, quando o país obteve independência.

País pobre, muitos desempregados e muitos analfabetos.

Sem recursos, sem petróleo, sem terra para agricultura. Só conta com seu povo.

Então, a receita é prepará-lo para vencer na vida.

Considerar educação um investimento, não despesa.

Investir nos professores, para que eles se sintam valorizados e possam transmitir formação entusiasta e esperançosa para os educandos.

Embora ancorados em princípios, os professores de lá aprendem a se adaptar às mudanças e ao inesperado.

Anualmente, o próprio Presidente da República entrega prêmios aos docentes considerados mais inspiradores e atenciosos, aqueles que conseguem melhores resultados em suas escolas.

Em relação aos alunos, a qualidade de aprendizagem é mais importante do que os resultados das avaliações.

Aprender deve ser uma alegria e não uma tristeza.

Não há “nichos de excelência” e “escolas periféricas”.

Os melhores professores são destinados justamente para estabelecimentos situados em regiões mais vulneráveis.

Para que haja uma compensação e todos tenham condições de obter uma formação propiciadora de um amanhã promissor, e não apenas alguns privilegiados.

Está explicado porque Singapura está em primeiro e o Brasil nas últimas filas avaliadas pelo PISA.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-Geral da Academia Paulista de Letras

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