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Opiniões

08 DE SETEMBRO DE 2016

Faltou incluir os excluídos

Por: Fernando De Maria

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Apesar do pouco destaque na mídia nacional, a abertura das Paralimpíadas foi um momento mágico de emoção. Vaias não faltaram ao presidente Michel Temer.

Apesar do pouco destaque na mídia nacional, a abertura das Paralimpíadas foi um momento mágico de emoção. Vaias não faltaram ao presidente Michel Temer. Foto: Marcio Rodrigues/CPB

Ao contrário das Olimpíadas, com overdose de canais de TVs abertas e fechadas (a cabo) transmitindo os jogos e a cerimônia de abertura, quem procurou ontem (7) assistir ao evento de abertura dos Jogos Paralímpicos, uma prova de superação do ser humano, ficou restrito à estatal TV Brasil, a mesma tão criticada pelo Governo Temer, ou pelo canal Sportv 2, das organizações Globo, cujo acesso é ainda mais limitado mesmo para aqueles com acesso a TV a cabo.

A Sportv oficial optou em passar a vitória do Atlético MG frente ao Vitória (BA). ESPN, Esporte Interativo e Fox ignoraram a transmissão. O mesmo ocorreu com as TVs abertas.

As novelas e os telejornais continuaram ocupando os horários tradicionais. Para quem não acompanhou a abertura do espetáculo, restou apenas o compacto sobre o evento após o jogo entre Palmeiras e São Paulo pela TV Globo. Por volta da meia-noite, aliás. Duro para quem tinha que trabalhar no dia seguinte…

Sem o apoio de um banco privado forte, com publicidade martelando a cabeças das pessoas (pense em BRA, de Bra…, de Brasil…), fazendo mais marketing do que efetivamente investimento na área esportiva de base, houve um claro esvaziamento por parte da mídia em relação à cobertura dos jogos Paralímpicos.

A sensação é que investiram tudo nas Olimpíadas e faltou fôlego (ou interesse) para a segunda parte da festa, justamente a mais importante onde o ser humano consegue mostrar toda sua potencialidade apesar das mais variadas limitações.

Talvez fosse uma estratégia para a população não acompanhar pela TV as sonoras vaias que o presidente Michel Temer teve que ouvir toda a vez que seu nome era anunciado ou algo ligado ao Governo Federal era dito ao longo dos discursos dos presidentes do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven, e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman.

O público do Maracanã cheio, mas não lotado, não perdoou. Mesmo debaixo de chuva, que insistia em cair, mas não apagava a chama do esforço dos milhares de atletas que, enfileirados em suas cadeiras de rodas ou com acompanhantes, admiravam o belo e instigante espetáculo que se mostrava a todos os presentes.

A falta de sensibilidade dos meios de comunicação em dar o devido valor a tão importante evento mostra que em um país que defende tanto a inclusão de toda a sociedade na prática age de forma bem diferente. A lamentar.

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