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25 DE ABRIL DE 2013

Sogras

Por: admin

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Neste domingo, dia 28, é comemorado o Dia da Sogra. Em relação a elas, o que se ouve são piadas e histórias escabrosas. E lá vamos nós mais uma vez reforçar o dito popular que sogra rima com cobra!
Poderíamos também falar das noras e genros que contagiados pela mítica desse papel já vêem essa parente totalmente contaminada. Na contramão de tudo isso, acho importante fazer uma releitura desse parentesco muito mais de uma relação entre a experiência e a iniciação, permeada de sentimentos inconscientes de perda, competição, desvalia questionamentos existenciais com contornos, às vezes, até dramáticos.
Sem dúvida, a sogra deve participar para integrar e colaborar. O grande perigo é que essa participação seja confundida com intromissão, na medida em que obviamente a sogra conhece mais as armadilhas da vida e se sente capacitada para impedir os erros dos mais jovens, tirando deles a possibilidade de acertar e errar por seus próprios mecanismos.
Ouvi esses dias uma história que me impressionou e me impulsionou a escrever este artigo.Uma senhora – bem articulada e coerente – comentava que seu genro em cuja casa ela morava tinha por hábito levar café na cama para sua esposa – no caso em questão, sua filha. Isso revestia o genro de um valor imensurável: ela dizia que era o melhor do mundo, modelo de marido para toda mulher, o genro dos sonhos de toda sogra.
Essa mesma senhora ficou espantada com seus sentimentos quando foi passar um fim de semana na casa do filho, que morava em outra cidade. Ela o surpreendeu com aquela mesma atitude valorizada por ela, de servir o café na cama à esposa. Curiosamente, ao invés de orgulho ou satisfação, ela sentiu uma pontada no coração que quase a fez sufocar.
Mas o que vale a pena é perceber o quanto essa relação da sogra com seus genros e noras, às vezes, saem do controle racional e batem numa emoção cega e inexplicável até para quem a sente. Tudo isso aliado a grande dificuldade para impor limites dentro da família, acaba também desgastando a relação.
Manter a privacidade em relação à sogra ou qualquer outra pessoa, inclusive aos filhos, é um exercício que o casal deve fazer conjuntamente, percebendo os vários aspectos envolvidos,ficando atento às particularidades de cada situação e não se prendendo a valores simbólicos daquele papel de sogra, nora ou genro.
O casal deve buscar sempre o espaço para sua intimidade, mesmo que more com a sogra. Esse exercício é possível, impondo limites e criando situações com criatividade.Vale lembrar que essa busca pode ser altamente enriquecedora na relação e não um peso.
Nesse momento de globalização, erroneamente colocamos as relações afetivas e familiares no mesmo saco de gatos que as outras relações. Porém, é importante dar espaço à troca familiar, desde que cada um tenha ciência de seu papel nessa relação. A participação das sogras na estrutura familiar é importante sim, com apoio, colo e compreensão e não como uma competição para ver quem tem mais poder.
Caso seja necessário vale ter uma conversa esclarecedora fazendo um contrato de boa convivência. Relações felizes têm por base a capacidade de negociar, transigir e evitar papéis rígidos.
Enfim, a busca pelo entendimento e integração deve ser prioridade, sob pena de se carregar um fardo que, ao decorrer da vida, pode se tornar um vírus destrutivo da relação a dois, ao cultivar mágoas e frustrações, pois afinal a sogra é sempre a mãe de um dos dois envolvidos.

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