Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 6 de outubro de 2024, o prefeito Rogério Santos (PSDB) leva vantagem na disputa eleitoral, conforme pesquisa da Enfoque Comunicação/Boqnews.
Santos lidera as intenções de votos nas pesquisas estimulada – quando há apresentação de cartão com eventuais nomes de pré-candidatos – e espontânea.
Na estimulada, o prefeito atinge 30% das citações.
Por sua vez, a deputada Rosana Valle (PL) aparece na sequência, com 27,8%.
Em votos válidos (excluindo nulos e indecisos, que representam 25% do total de eleitores neste momento), Rogério Santos teria 40% e Rosana, 37%.
Assim, os números estão dentro da margem de erro, mas com ligeira vantagem ao prefeito na atualidade.
Também aparecem nomes como a vereadora Telma de Souza (PT), com 13,6% do total (18% em votos válidos).
Além do ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori (Avante), com 3,6% (5% em votos válidos).
Sartori concorreu à prefeitura nas eleições de 2020 ficando em segundo lugar, com 37.231 votos (18,6% na ocasião).
Rejeição
A pesquisa também buscou saber o grau de rejeição dos eventuais nomes que poderão entrar na disputa eleitoral em 2024.
O da ex-prefeita Telma de Souza atinge 31,4%, o dobro da segunda colocada, a deputada Rosana Valle, com 15,6%.
Na sequência, surge o nome de Ivan Sartori, com 7,9%, seguido pelo prefeito Rogério Santos, com 6,6%.
Pelo menos 38,5% não citaram qualquer nome ou tratam a questão com indiferença.
O levantamento ocorreu entre os dias 4 e 8 de setembro, com 816 moradores de Santos acima de 16 anos.
A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou menos.
Pesquisa espontânea
Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado fala o primeiro nome que lhe vem à mente, os indecisos representam 4 em cada 10 entrevistados.
Na sequência, o prefeito Rogério Santos tem 23,5% das citações.
Por sua vez, a deputada Rosana Valle surge com 10,6%, seguida pelo deputado e ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), com 8,3%.
No entanto, Barbosa não será candidato a prefeito em 2024, conforme apurou o Boqnews.
Em terceiro, surge a vereadora e ex-prefeita Telma de Souza (PT), com 4,2%.
Outros com mais de 1% das citações são a vereadora licenciada e secretária de Desenvolvimento Social, Audrey Kleys, e o ex-presidente do TJ, Ivan Sartori, com 1,3% e 1,2%, respectivamente.
Tendência de polarização
Como o cenário certamente irá se modificar com outros nomes que deverão entrar – ou não – na disputa, o jogo de xadrez eleitoral também sofrerá mudanças.
No entanto, a única certeza é que se a tendência atual for mantida, o Município de Santos voltará a ter uma das eleições municipais mais concorridas e acirradas dos últimos 20 anos.
Afinal, dentro da atual tendência, as eleições caminham para uma polarização entre o atual prefeito Rogério Santos, do PSDB, e a deputada federal Rosana Valle, eleita em 2018 pelo PSB e reeleita pelo PL no ano passado.
É claro se o cenário atual se mantiver até as eleições de outubro de 2024.
Por sua vez, Santos permanece por enquanto no PSDB, mas já tornou público seu descontentamento com o partido em âmbitos estadual e nacional.
Ele falou sobre o tema durante participação no Jornal Enfoque, apresentado pelo jornalista Francisco La Scala.
Na bolsa de apostas, o Republicanos, mesmo partido do governador Tarcísio de Freitas, pode ser a nova casa política do prefeito.
Ele desconversa, porém.
No entanto, dois dos seus secretários (Thiago Leal e Selley Storino) são, respectivamente, presidente e vice da legenda em Santos.
Por sua vez, Rosana preside o PL Mulher no Estado de São Paulo.
Aliás, com amplo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle.
De forma curiosa, nas eleições de 2020, Rosana, então no PSB, apoiou o prefeito Rogério Santos, indicado pelo seu antecessor, o hoje deputado Paulo Alexandre Barbosa.
Hoje, tanto o PSB como o PL fazem parte da base de apoio ao prefeito.
Caminhos do PL
No entanto, a tendência é que o Partido Liberal mude para a oposição com a aproximação das eleições de outubro de 2024.
Por sua vez, vereadores do PL que fazem parte da base de apoio do prefeito aguardam as definições da legenda para mudarem de partido com a janela eleitoral de março próximo/início de abril.
Assim, outros deverão entrar na legenda em apoio à parlamentar, caso seja realmente candidata.
Vale enfatizar que Rogério já se manifestou publicamente, inclusive no Jornal Enfoque, que disputará a reeleição.
Aliás, único que admitiu esta condição até o momento.
Rosana, por sua vez, ainda não se manifestou publicamente, mas nos bastidores políticos, ela tem feito recorrentes encontros com representantes de alguns partidos, como PTB e MDB.
E até entre aqueles que hoje não estão filiados a qualquer legenda.
Possível cenário
Ainda que nenhum nome seja oficialmente candidato, já é possível saber tendências.
Além do prefeito e da deputada, que oficialmente nega que entrará na disputa, a despeito das informações de bastidores indicarem o oposto, os partidos de esquerda e, em especial, o PT e a sua federação (com PCdoB e PV) lançará candidatura própria para marcar presença e testar a popularidade do presidente Lula.
Pela sua história, o nome da ex-deputada e vereadora Telma de Souza é sempre lembrado.
No entanto, nas eleições de 2020, o partido lançou o advogado Douglas Martins, que obteve 14.221 votos (7,10% dos votos válidos).
Tal fato pode se repetir. Ou não.
A tendência, portanto, é que a federação encabeçada pelo PT lance candidatura própria.
O mesmo pode ocorrer com o PSOL, em razão do crescimento da candidatura do deputado Guilherme Boulos à prefeitura de São Paulo.
De volta ao passado
Portanto, faltando pouco mais de um ano das eleições, fica claro que a atual polarização, se mantida, relembrará as eleições de 2004, especialmente no tocante ao segundo turno naquela ocasião.
Na época, o ex-prefeito João Paulo Papa (MDB na ocasião) venceu sua oponente, a então deputada Telma de Souza (PT) por 1.771 votos.
Na ocasião, a Enfoque foi a única empresa de pesquisa que acertou o resultado ao apontar que quem vencesse levaria por uma margem de votos pequena, o que se concretizou.
Afinal, Papa venceu por meros 0,74 pontos percentuais, derrubando institutos de pesquisa renomados.
Além disso, obrigou tradicionais veículos de comunicação a pedir desculpas aos leitores com editoriais na primeira página.
Aliás, a Enfoque Comunicação/Boqnews é o instituto que há mais tempo realiza pesquisas eleitorais contínuas em Santos e região e se tornou referência de credibilidade em razão do elevado índice de acertos.
O primeiro resultado positivo ocorreu na eleição de 1996, entre Beto Mansur e Telma de Souza, feito que se repetiu quatro anos depois com os mesmos candidatos.
O ápice, porém, ocorreu na eleição de 2004, quando Papa venceu Telma por apertada margem de votos.
Outro ponto de destaque foi a eleição a prefeito do então ex-deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), em 2012.
Na ocasião, a pesquisa foi a primeira a mostrar a tendência de vitória já no primeiro turno, o que ocorreu.
Em 2016, a pesquisa foi a única apontar que o então vereador Kenny Mendes teria uma votação expressiva.
Foi eleito com 24.765 votos – a maior votação para o Legislativo santista até hoje.
Eleição de 2020
O mesmo ocorreu com a eleição de Rogério Santos, a qual a Enfoque/Boqnews apontava que o Município poderia ter ou não segundo turno por uma pequena margem.
O prefeito foi eleito com 101.268 votos, equivalente a 50,58% dos votos válidos.
Ou seja, pouco mais da metade dos votos.
Além das eleições municipais, a Enfoque/Boqnews também tem tradição nas eleições para deputados, presidente e governador no tocante à preferência dos santistas.
Afinal, trata-se de um trabalho com credibilidade no mercado realizado há 27 anos, cuja maior comprovação ocorre com a apuração dos resultados das urnas.
