A Copa Libertadores está ficando cada vez mais verde e amarela. Afinal, os clubes brasileiros têm dominado a competição nos últimos anos.
Pela quarta vez seguida o título da competição mais importante do continente vai ficar no Brasil e pela terceira vez consecutiva a decisão será disputada entre times brasileiros.
Nesta edição, Flamengo e Athletico/PR fazem a grande final, que será disputada, em Guayaquil, no Equador, no dia 29 de outubro.
A equipe carioca não tomou conhecimento do Vélez Sarsfield na semifinal. Já o Furacão conseguiu uma classificação histórica diante do Palmeiras, no Allianz Parque.
Domínio
A última vez que não houve brasileiros na final da Copa Libertadores foi em 2018. Naquela ocasião, River Plate e Boca Juniors fizeram uma final histórica por vários aspectos, primeiro por ser o grande clássico argentino e o segundo pelo ataque da torcida do River contra o ônibus da delegação do Boca no jogo de volta, deixando jogadores feridos.
Assim, a Conmebol transferiu o duelo de volta que aconteceria em Monumental de Núñez para Madrid na Espanha, o que não pegou bem entre os torcedores. Afinal, a Copa Libertadores foi disputada no continente dos colonizadores.
Dentro de campo, o River Plate levou a melhor e conseguiu o título. A equipe comandada pelo técnico Marcelo Gallardo manteve a base para o ano de 2019 e chegou na final novamente contra o Flamengo do técnico Jorge Jesus.
O River abriu o placar no primeiro tempo com Santos Borré e parecia que a taça ficaria na Argentina, mas Gabigol marcou dois gols no final e o Mengão foi campeão em um dos jogos mais emocionantes de todos os tempos. Vale destacar que essa foi a primeira vez que a decisão foi disputada em jogo único e Lima, no Peru, sediou o evento. Em 2020, a Libertadores foi marcada pelos jogos sem públicos por conta da pandemia.
Palmeiras e Santos chegaram na final jogando um belo futebol. O Alviverde eliminou o River Plate e o Peixe mesmo com uma crise política foi para a decisão e passou por cima do Boca Juniors na semifinal. No jogo decisivo no Maracanã melhor para a equipe de Abel Ferreira. Com um gol de Breno Lopes nos acréscimos, o Alviverde conquistou seu segundo título na história. No ano seguinte, o Palmeiras voltou a final, só que contra o Flamengo. Vale destacar que outros brasileiros chegaram longe na competição, como o Atlético/MG (semifinal) e São Paulo (quartas).
Na final em Montevidéu, o Verdão derrotou o Mengão na prorrogação pelo placar de 2 x 1, Deyverson acabou sendo o herói do título. Em 2022, o domínio do brasileiro continuou. Para se ter uma ideia, das oito equipes que estavam disputando as quartas de final, cinco eram brasileiras (Athletico/PR, Atlético/MG, Corinthians, Flamengo e Palmeiras).
Explicações
O futebol brasileiro está em outro patamar, comparado aos outros países. Os dirigentes não estão poupando esforços para contratarem jogadores de destaque, incluindo os sul-americanos.
Dessa forma, temos grandes atletas estrangeiros no Brasil, como Arrascaeta (Flamengo), Vidal (Flamengo), Gustavo Gómez (Palmeiras), Piquerez (Palmeiras), Terans (Athletico/PR), Nacho (Atlético/MG), entre outros. Até clubes que estão passando por dificuldade financeira no Brasil conseguem contratar um bom jogador sul-americano.
Existem várias explicações para esta hegemonia. Uma delas é que em países como o Uruguai que tem tradição na Libertadores e no futebol, os bons jogadores estão indo cada vez mais jovens para a Europa, caso de Valverde que está no Real Madrid e Darwin Nunez, que joga no Liverpool. Com isso, os clubes não conseguem montar equipes fortes para disputar o título da Copa Libertadores.
Outro ponto é a diferença da economia dos países. A situação fica mais evidente com a Argentina, nação que tem o maior número de títulos da Libertadores. Entretanto, a grave crise econômica no País tem feito os clubes perderem força e os jogadores de destaque vão para o futebol europeu ou brasileiro. Não é à toa que muitos jornalistas falam que um grande clube na Argentina não iria conseguir o acesso para Série A, se jogasse o Brasileirão Série B.
Os clubes mexicanos fazem falta na Copa Libertadores, sobretudo na questão do nível técnico. O futebol mexicano esteve na final da competição em três oportunidades neste século, Cruz Azul (2001), Chivas Guadalajara (2010) e Tigres (2015). Desde 2016, os clubes do México não disputam a Libertadores devido a mudança de calendário realizada pela Conmebol.