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Foto: Raul Baretta/Santos FC

Esportes

08 DE DEZEMBRO DE 2023

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Para 2024, Santos FC terá que promover mudanças

Peixe terá ano difícil porque disputará apenas o Campeonato Paulista e a Série B do Campeonato Brasileiro em 2024

Por: Felipy Brandão e Vinícius Dantas
Da Redação

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Na última quarta-feira (6), com a derrota para o Fortaleza de 2 a 1 na Vila Belmiro, o Santos caiu pela primeira vez para a Série B do Campeonato Brasileiro. A campanha do Alvinegro Praiano o rendeu a 17ª posição do Brasileirão, terminando com 43 pontos, 11 vitórias, 10 empates e 17 derrotas.

Contudo, além do resultado final, o rebaixamento trouxe consequências graves à população, especialmente residente nos bairros próximos ao estádio Urbano Caldeira, como na Vila Belmiro e Marapé.

Dez pessoas passaram por atendimento na UPA Central, a cerca de um quilômetro de distância do estádio. Logo nas primeiras horas da manhã de quinta-feira (7), era possível ver os estragos ocorridos no entorno da Vila Belmiro.

Segundo informações da Prefeitura de Santos, seis ônibus da frota municipal foram incendiados e mais quatro depredados, além de quatro de linhas intermunicipais danificados e oito veículos particulares vandalizados. Além disso, não só o rebaixamento como esses atos de vandalismo ganharam repercussão mundial.

A UPA Central realizou o atendimento de 10 pessoas que estavam nas imediações da Vila Belmiro, após o jogo de quarta-feira (6), sendo nenhum caso grave. Todos liberados após receber assistência na unidade de saúde, que fica próxima do estádio.

Além disso, oito árvores foram afetadas pelo fogo ateado na Avenida Senador Pinheiro Machado, no sentido praia, na altura dos números 412/414, 416, 418, 420 e 424, além de outras duas árvores atingidas na Praça da Bíblia, na Vila Belmiro. Os vegetais seguirão monitorados, a fim de verificar se irão se restabelecer satisfatoriamente.

 

Bastidores

O jornalista Fellipe Camargo, que acompanha o clube diariamente, aborda que os atos de vandalismo após o rebaixamento podem ter denúncia do STJD e consequentemente punição. “Não se sabe ao certo quantos jogos, pois depende do artigo que pode ser denunciado”. Mas ele enfatiza que como a competição é organizada pela CBF, a tendência é ter punição no Brasileiro da série B.

Já sobre o sentimento nos bastidores do clube, ele expressa que é de tristeza e frustração, por conta do rebaixamento inédito e o futuro só vai ser definido após as eleições neste sábado (9).

Sobre as premiações,  de acordo com matéria do GE, a gestão Rueda previa que o Santos recebesse algo no valor de R$ 57 milhões, segundo a previsão orçamentária de 2023. Com as quatro competições somadas (Paulista, Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão) os valores ficaram aproximadamente por volta de R$13,6 milhões.

Portanto, Camargo comunica que será preciso reconstruir o elenco visando 2024 com muita capacidade e orçamento enxuto.

Ele também comenta sobre a importância da torcida santista. “A torcida foi o 12° jogador nesse momento tão difícil vivido pelo Santos. Desde o início do returno, sempre ingressos esgotados e Vila Belmiro lotada. A torcida que fez corredor de fogo, foi em aeroportos apoiar o elenco, torcida que aplaudiu e cantou mesmo após derrotas. A torcida do Santos está de parabéns pelo amor demonstrado, não merecia essa falta de comprometimento do elenco e esse rebaixamento”.

 

Gestões no século XXI

Mesmo após o rebaixamento, é importante saber como foram as gestões do clube neste século.

2000-2009

Na gestão do presidente Marcelo Teixeira de 2000-2009, em 2001, ficou em terceiro colocado no antigo Torneio Rio-São Paulo.

Já em 2002, o Santos FC foi campeão brasileiro, chegando a 7ª conquista.  Passando para 2003, o Peixe foi vice-campeão da Libertadores da América.

Em 2004, mais um ano campeão brasileiro, dessa vez o 8° e último. Em 2006, foi campeão paulista e no Campeonato Brasileiro terminou em 4° colocado.

Passando para 2007 foi campeão paulista, vice-campeão do Campeonato Brasileiro e chegou até as quartas de finais na Libertadores da América.

2010-2013

Já na gestão de 2010-2013 com o presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, o Santos FC foi campeão paulista e da Copa do Brasil em 2010.

Em 2011, venceu o Campeonato Paulista, Libertadores da América pela terceira vez e foi vice-campeão mundial. Em 2012, foi campeão paulista e da Recopa Sul-americana. Caiu na semifinal da Libertadores.

2014

Após renúncia de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro por conta de problemas de saúde, Odílio Rodrigues assumiu o cargo em 2014. Naquele ano, o Santos FC chegou até as quartas de final da Copa do Brasil.

2015-2018

Com Modesto Roma Júnior, o Peixe foi campeão paulista e vice-campeão da Copa do Brasil em 2015.

Em 2016, foi campeão paulista e vice-campeão do Campeonato Brasileiro. Em 2017, ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro.

2018-2020

Com José Carlos Peres na gestão de 2018-2020, o Peixe foi vice-campeão do Brasileiro em 2019.

2020

Em 2020, o Conselho Deliberativo do Santos FC abriu processo de impeachment e afastou José Carlos Peres e seu Comitê de Gestão. Desse modo. Quem assumiu na reta final foi seu vice, Orlando Rollo. Naquele ano, o alvinegro praiano foi vice-campeão da Libertadores da América.

2021-2023

Portanto, chegando ao atual presidente Andrés Rueda que comandou o time entre 2021 e 2023, o time não chegou a qualquer briga por título e acabou com o final triste para os torcedores, o rebaixamento, justamente na edição do Brasileirão Rei, quando homenageia o ídolo do clube, Pelé.

 

2002 e 2024?

No próximo ano, o Santos FC terá apenas como disputa o Campeonato Paulista e a Série B do Campeonato Brasileiro. Desse modo, o jornalista Alex Sabino comenta sobre a comparação do ano de 2002 pelo clube alvinegro quando ficou 3 meses sem jogar. Alex é autor do livro O Time que Nunca Seria Campeão, que relembra a situação do clube com a conquista do Brasileirão.

“Não tem como repetir 2002 na Série B em 2024 por alguns motivos, embora possam ter algumas semelhanças. Acho que a principal delas é que o Santos terá pouco calendário. Em 2002, o Santos ficou 3 meses sem ter jogo. O Santos entrou no Campeonato Brasileiro de 2002 como candidatíssimo ao rebaixamento, não como candidato à ser campeão. Na série B em 2024, por mais que a gente não tenha a menor ideia de que tipo de time o Santos vai conseguir formar, o Santos é o único considerado grande. Então, ele entra como principal favorito a subir”.

Sobre apostar na categoria de base do time santista, ele considera muito perigoso “se apoiar” com o que aconteceu em 2002, ano em que ele define como quando a “moeda” caiu em pé. Portanto, o Santos tem que montar um time forte o suficiente para subir. Ele imagina também que a pressão para jogar a Série B será enorme. “Não sabemos o que vai acontecer no futuro, apenas na teoria, mas sei que tem que ter time forte o suficiente para sair da Série B, mas se colocar um time de garotos, vai colocar uma incógnita nisso. Se as coisas começarem a dar errado, o trem pode descarrilhar para qualquer caminho”.

 

Reconstrução

O próximo ano é período de reconstrução para os torcedores e também para o clube. E esse caminho começará a ser percorrido pelo presidente eleito neste sábado (9), das 10 às 17 horas. Cerca de 17 mil torcedores estão aptos a votar.

Ricardo Agostinho (Chapa 1) é publicitário de formação. Foi diretor de programação da TV BAND/ES e é empresário no comércio desde 1995. Em 2017, foi eleito embaixador do Santos em São Paulo.

Wladimir Mattos (Chapa 2) é formado em Administração de Empresas e licenciado em História. Empresário no setor portuário, aéreo e logístico com experiência de mais de 40 anos. Atua no terceiro setor em atividades socioesportivas.

Rodrigo Marino (Chapa 3) é oficial do exército (1º Tenente), atuou por 20 anos em uma empresa multinacional de transporte de valores e atualmente é empresário no ramo do comércio.

Maurício Maruca (Chapa 4) é formado em Administração e doutor em Administração Pública e gestão ambiental. Trabalhou no Governo do Estado, na Secretaria Regional da Presidência da República e na Cohab-SP. Atua hoje como consultor.

Marcelo Teixeira (Chapa 5) possui 59 anos, empresário, advogado. Inclusive foi presidente do Santos FC nos anos de 1992 e 1993 e no período de 2000 a 2009. Como presidente, coleciona alguns títulos marcantes.

Eleições

Sobre o futuro das eleições, Sabino comenta que está decepcionado. “Eu confesso que acompanhei, mas não acompanhei todas as entrevistas dos candidatos, algumas sabatinas, fiquei extremamente decepcionado com todos. Acho que poucos têm propostas concretas sobre o que fazer com o Santos. Eu quero acreditar que todos que são candidatos são porque estão preparados. É uma decisão do associado e quero acreditar que quem se candidatou esteja preparado para comandar o Santos FC”.

Além disso, outro ponto que virou novela para os santistas é a Nova Arena. De acordo com o jornalista, esse é um tema sensível para alguns santistas, mas acredita que é a última das prioridades do Santos no momento, depois do que aconteceu na quarta-feira. “Para quem for presidente em 2024, a única prioridade é recolocar o Santos na Série A. Todo o resto vai ser acessório”.

 

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