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06 DE MARÇO DE 2024

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Falha da Cielo deixa comerciantes na mão. Empresa promete pagar até 6ª feira

Comerciante informa que problema ocorre desde sexta-feira (1)

Por: Da Redação

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Às vésperas da Semana do Consumidor, a empresa de serviços financeiros Cielo deixou seus clientes na mão.

Afinal, transações ocorridas no final de semana passado ainda não caíram na conta dos clientes.

Ou seja, vendas ocorridas desde sexta (1) até segunda (4), no caso de débito, não caíram nas contas dos comerciantes. E até terça (5), no caso de crédito.

Pior: quem contava com o dinheiro para receber, pagar contas e funcionários em razão da proximidade com o quinto dia útil ficou literalmente na mão.

Em nota nas redes sociais, a Cielo reconheceu o problema, conforme informativo publicado no X/Twitter.

No entanto, o post já foi retirado.

Segue o mesmo

Apesar de informar que haverá atualização constante sobre o tema, a empresa ignora o assunto em suas redes sociais.

No Facebook, o último post é de setembro do ano passado. No X (twitter), de julho.

Nesta última postagem, clientes reclamam do fato.

A resposta padrão da empresa é a seguinte:

“Todos os pagamentos realizados nos dias 04 e 05 de março de 2024 estão sendo reprocessados. A ocorrência sistêmica foi identificada e normalizada. Estamos empenhando os melhores esforços para até sexta feira (08 de março de 2024) regularizarmos todos os pagamentos do período”.

E as queixas não param.

A ponto de empresas concorrentes passarem a oferecer serviços aos clientes da Cielo na página da empresa no X (Twitter).

À espera dos depósitos

De fato, os pagamentos realizados após terça começaram a cair na conta dos clientes.

Mas as vendas feitas entre os dias 1 e 4 de março, não.

Vendas efetuadas entre sexta a domingo só caem na conta do cliente no primeiro dia útil da semana – se for débito. E crédito, dois dias depois.

No site Reclame Aqui, as queixas contra a empresa crescem.

Donos de postos de gasolina também reclamam do episódio.

A empresa não esclarece também como será feito o pagamento – nem se haverá ressarcimento dos prejuízos.

Ressarcimento?

Afinal, comerciantes dependem do fluxo de caixa para cumprir com suas obrigações.

Caso de Fabíola Souza, dona de um comércio em Mongaguá, e que desde sexta não recebeu um centavo da empresa pelos quatro dias de vendas (1 a 4).

“Não recebi as vendas feitas na sexta, sábado, domingo e segunda (1 a 4). Nesta quarta-feira (6), eles efetuaram os recebíveis de terça-feira (5), mas ainda não pagaram os quatro dias anteriores. No aplicativo, constava um depósito no Banco do Brasil, mas não tenho conta neste banco”.

Especialista em Direito do Consumidor, o advogado e professor-doutor Rafael Quaresma comenta sobre o impasse.

“É uma relação de consumo entre os usuários das maquininhas e estas empresas, embora sejam fornecedores, comerciantes, ou estabelecimentos, para essa relação jurídica antecedente entre lojistas e meios de pagamento, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor”.

Portanto, aplicam-se as mesmas garantias que ocorrem em outras situações relacionadas ao consumo.

Ou seja, os prejuízos decorrentes da falha na prestação do serviço (defeito no sistema) devem ser absorvidos e suportados por quem deu causou essa falha.

No caso, o meio de pagamento e não o fornecedor, pois o prejuízo é exclusivo dos comerciantes (nada afetou os clientes que fizeram as compras).

Quaresma recomenda que o consumidor procure um advogado e encaminhe as evidências ou provas demonstrando o prejuízo.

Por exemplo, o fato de ter entrado no negativo em razão do não repasse dos recursos contratados – ou atraso no pagamento de contas, por exemplo – e até empréstimo para pagamento do pessoal.

“Penso que a resolução do problema passa pelo ressarcimento desses prejuízos, pois não é linear, pois cada um sofreu prejuízo da sua maneira”.

Além disso, ele aborda sobre o problema do depósito constar em outro banco, não o da consumidora, citado por Fabíola.

“São vários problemas, começando pela falta de privacidade dos dados sensíveis do consumidor. O outro é que estes recursos podem ser desviados ou creditados incorretamente em conta de terceiros, o que agravaria ainda mais a situação de quem está aguardando o recebimento dos créditos”.

 

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