Com o avanço das doações – capitaneadas pelos governos estadual, federal, ONGs, empresas e prefeituras com a ajuda da população – para as vítimas da tragédia que atinge o Litoral Norte paulista, o desafio agora é encontrar voluntários.
“Não há previsão de sair daqui”, relata a jornalista santista Fabiana Mesquita, que foi passar o Carnaval com a família, mas as chuvas atingiram a casa onde estava.
Com todos a salvo, mas em razão do risco no imóvel, a alternativa foi passar a noite em um abrigo.
Seu marido, o médico Fábio Mesquita, uma das maiores autoridades sobre Aids no mundo, está na Tailândia, mas tem mantido contato frequente com a esposa e familiares.
A despeito das dificuldades de comunicação em alguns pontos em razão do sinal da internet e telefonia.
No entanto, ao invés de lamentar a tragédia, Fabiana e a família colocaram a mão na massa, literalmente, para ajudar as vítimas da tragédia, que residem em Boiçucanga, bairro de São Sebastião.
Com outras voluntárias residentes na cidade, ela está no Hospital das Clínicas de Boiçucanga e pede que as pessoas que se encontram por lá ajudem as vítimas da tragédia.
“Estão chegando aqui pessoas sem braço nem orelha e muito machucadas”, lamenta.
Enquanto isso, adolescentes vão às praias para recolher o lixo trazido pela enxurrada.
Braços e abraços
Assim, moradores e turistas se concentram no hospital – mas faltam braços suficientes para atender a demanda crescente.
“Tem gente precisando do seu braço e do seu abraço”, enfatiza.
“O sol abriu e muitos acham que a vida voltou ao normal. Mas não há previsão de quando as estradas serão reabertas”, salienta.
Apenas veículos oficiais tem conseguido circular.
Dessa forma, comida, água e luz começam a se tornar cada vez mais escassos.
“Precisamos de pessoas que estão aqui (em Boiçucanga) que venham nos ajudar para atender a população afetada pelas chuvas”, destaca.
Medicamentos, fraldas infantil e de adulto estão na lista de prioridades também.
“Quem vier, sempre terá o que fazer para ajudar”, diz, em áudio, enquanto picava alho e ajudava na cozinha do hospital.
Outras atuavam no setor da farmácia.
Assim, em razão das estradas bloqueadas, funcionários estão impedidos de se deslocar para o hospital e vice-versa.
Como ajudar
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