Desconfortos no ouvido geralmente são mais comuns em crianças. Marcos Varcesi, responsável do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Ana Costa, diz que os mais novos são propensos às dores, pois ainda não estão imunes a diversas infecções
Piscina, música alta, fones de ouvido, lugares barulhentos. O que tudo isso tem em comum? Essas situações podem iniciar uma forte dor de ouvido. Existem diversas formas do incômodo se manifestar. Ele pode ser constante ou de maneira que os sintomas sejam esporádicos.
Desconfortos no ouvido geralmente são mais comuns em crianças. Marcos Varcesi, responsável do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Ana Costa, diz que os mais novos são propensos às dores, pois ainda não estão imunes a diversas infecções.
“Isso se deve pela baixa imunidade das crianças. De cinco a sete anos é a principal época que há a reclamação do incômodo. Elas começam a ir para a escola, têm contato com mais pessoas e isso pode ajudar a aumentar o número de infecções”, comenta Varcesi.
Existe uma variedade de causas e de sintomas para as dores. O indivíduo pode ter a orelha afetada, assim como áreas mais próximas e profundas do ouvido. As situações mais frequentes que ocasionam os incômodos são as infecciosas, chamadas de otites e divididas em dois tipos.
Otite média: o desconforto ocorre devido à inflamação no ouvido médio, que é um espaço cheio de ar atrás do tímpano. Otite externa: infecção na pele do canal do ouvido. É caracterizada por forte dor e acompanhada de coceira.
Muitas vezes as infecções começam com algum fluído que entrou no canal auditivo, como água, por exemplo; problemas na mandíbula; dores de garganta e lesão no canal auditivo a partir de objetos, como cotonotes.
Neste aspecto, os pacientes costumam reclamar de fortes dores de cabeça, inchaço ao redor do ouvido, problemas de insonia, audição prejudicada ou até mesmo perda do equilíbrio. Varceci enfatiza que a rapídez do diagnóstico é fundamental para que o tratamento seja mais preciso e que as dores sejam amenizadas em curto prazo.
O perigo dos ruídos
A perda de audição é outro ponto que preocupa muitos pacientes. Varcesi afirma que evitar ruídos e ambiente muito barulhentos é de suma importância para manter a qualidade do ouvido, pois as células dessa parte do organismo não se regeneram. “A maioria das pessoas percebe a piora entre 40 e 45 anos. Hoje em dia, esses aparelhos de som, principalmente os com fone de ovido, são maléficos à saúde”.
O médico salienta que não se deve usar fone de ouvido mais que uma hora por dia, além de deixar o volume na metade para que não prejudique a audição. O uso abusivo e constante desses utensílios causa saturação. Caso sofra com zumbidos e tonturas, a ida a um profissional se torna necessária.
Limpeza
O otorrinolaringologista também explica que muitas pessoas não sabem fazer a limpeza correta por falta de informações. “O ouvido se limpa sozinho. Quando você acha que está sujo e com cera, na verdade ele está se limpando. Se de manhã você seca o ouvido com uma toalha, você já está fazendo a limpeza. O uso de cotonetes é errado e só prejudica o local, além de poder causar lesões”.
Dicas para amenizar a dor
Quando o paciente está em crise, as dores ocorrem de forma intensa. Existem algumas dicas que podem ajudar o indivíduo a amenizar os desconfortos provenientes da infecção ou inflamação no ouvido. O médico Marcos Varcesi diz que colocar um pano quente e seco em contato com o ouvido ajuda a diminuir a dor. Mascar cicletes, principalmente quando o organismo muda de altitude (viagem para São Paulo, por exemplo), auxilia no desentupimento. O simples bocejo também é benéfico na hora da obstrução.