O calor e a umidade aumentam de escala no verão. E com isso, um fenômeno que já ocorre com frequência passa a ser ainda mais presente: os raios. Junto com eles, a iminência de fatalidades passa a ser uma preocupação real para os banhistas.
Na tarde da última segunda-feira (29) quatro pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas ao serem atingidas por um raio na praia do Canto do Forte, em Praia Grande. Já no ano passado, uma turista foi vítima de uma descarga elétrica enquanto chamava o filho para sair da praia da Enseada, no Guarujá. Casos como esses reforçam que é preciso tomar cuidados quando o tempo fica fechado.
A meteorologista do Climatempo Metereologia, Aline Tochio, recomenda que as pessoas busquem abrigo logo ao observar os sinais de tempestade. “Deve-se evitar descampados, seja praias, campos de futebol e embaixo de árvores. E em último caso, a dica é ficar agachado para evitar ser o ponto mais alto”.
Incidência e formação
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o Brasil é um dos locais com maior incidência de raios do mundo. Segundo Aline, a temporada de tempestades no País está apenas começando. “O calor e a umidade facilitam a formação das nuvens cumulonimbus que provocam descargas elétricas e chuva intensa. Pelo clima tropical e a grande extensão territorial, o Brasil é bastante atingido por raios”.
O raio se forma dentro das nuvens de tempestade, a partir das cargas elétricas geradas pelo choque de gelo dentro destas nuvens. Quando as cargas acumulam uma energia considerável, surgem as faíscas. É aí que o processo se inicia.
A maior parte dos raios começa e termina na própria nuvem. Desta maneira, são poucos os que vêm para o chão. À medida que a faísca se aproxima do chão, uma descarga é emitida do solo para a nuvem, a chamada descarga conectante. Somente quando as duas se encontram é quando tudo se ilumina. Portanto, os raios que costumam rasgar o céu saem, na verdade, do solo para o céu. E não o oposto.
Indenização
Segundo o Centro de Informação, Defesa e Orientação do Consumidor (Cidoc), em caso de aparelho eletrônico queimado em decorrência de raios, o consumidor tem um prazo de 90 dias para protocolar o pedido de ressarcimento à compahia elétrica responsável pelo fornecimento de energia.
A entidade terá dez dias corridos para inspecionar os aparelhos danificados, com exceção dos que acondicionam alimentos perecíveis, cujo prazo é de um dia; 15 dias para apresentar a resposta por escrito ao consumidor e 20 para providenciar o ressarcimento.
Dúvidas podem ser esclarecidas no Cidoc, no Poupatempo (Rua João Pessoa, 246), de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 14h.