Pelas alamedas do Orquidário de Santos, no José Menino, em circulação somente o pavão e as cotias. Fechado ao público em razão da pandemia da covid-19, o parque, que é a casa de cerca de 1.194 espécies de porte arbóreo (maiores que 2m) e outras menores, além de 490 animais, mantém a rotina de cuidados especiais com todo tipo de vida ali existente.
Enquanto ainda não é possível a interação humana nesse refúgio natural em meio à paisagem urbana. As equipes de botânica atuam nos 18 mil metros quadrados de área útil, fazendo manutenção na vegetação, além de irrigá-la quando necessário, principalmente quando a temperatura está seca. Enquanto isso, equipe de zoologia cuida do bem-estar dos bichos, executando limpeza nos recintos e melhorando os ambientes.
“Fazemos o enriquecimento ambiental, que é uma terapia ocupacional para os animais com a montagem do recinto de forma diferente para melhorar o bem-estar deles”, explica a chefe do Núcleo de Educação Ambiental do Orquidário, Cibele Coelho Augusto; ressaltando que as equipes, no momento, trabalham na remodelação dos recintos do sagui e do ouriço.
Outra Equipe
Outra equipe prepara cerca de 120 bandejas de alimentos todos os dias. São, em média, 50kg diários para suprir a necessidade dos animais entre carnívoros (como gato do mato, jiboia e jacaré), onívoros (cachorro selvagem e macacos), cuja alimentação varia entre legumes, verduras, carne e ração específica, e herbívoros (cotias e veados), que variam a alimentação entre vegetais e legumes com ração.
Alguns deles, caso das cotias e dos veados, comem três vezes ao dia. “Para todos, há uma variedade de alimentos no próprio dia e também durante a semana”, acrescenta Cibele.
O hospital veterinário do Setor de Zoologia, referência regional no tratamento e na reabilitação de bichos silvestres desde a década de 1990, também mantém o atendimento. No momento, há quatro bichos sendo tratados: uma cotia, uma arara, um cágado e um ouriço cacheiro.
“Preparação da alimentação, trato com os animais, atendimento médico veterinário e supervisão dos biólogos por todo o parque ocorrem normalmente, com ou sem pandemia. Todos os cuidados, que são essenciais, estão garantidos”, ressalta o coordenador do Orquidário, Rodrigo Derbedrossian.
Estufa de Orquídeas
Na estufa de orquídeas, área não aberta à visitação, dia sim, dia não é feita a irrigação da coleção formada por cerca de 2 mil vasos com espécies da planta, trabalho que leva quase duas horas para ser concluído, conta o chefe da unidade de Botânica, Fábio Ferreira Santos.
“Aqui, o principal trabalho é a rega, mas, de tempos em tempos, também tiramos as plantas dos vasos para trocar o substrato. Essa troca possibilita que a planta fique mais firme. As folhas durinhas significam que ela está saudável”, diz.
Dois jardineiros do parque são exclusivos para o trabalho junto a essas belezas. “Sempre que a orquídea floresce, a levamos para o mostruário em frente ao lago. Ao terminar a floração, ela volta para o mesmo ganchinho aqui na estufa”.