Empresa de economia mista, a Prodesan registrou um prejuízo de R$ 7 milhões apenas no ano passado. Dívida acumulado chega a R$ 299 milhões
As dívidas da Cohab e da Prodesan, empresas cujo principal acionista majoritário é a Prefeitura de Santos, cresceram de forma preocupante no último ano, conforme balanços divulgados no Diário Oficial de Santos nesta sexta (17). O déficit acumulado de ambas chega a quase R$ 645 milhões, praticamente 1/3 da previsão orçamentária de arrecadação própria da Prefeitura de Santos..
Sem verbas para construir moradias há anos, a Cohab vem acumulando sucessivos déficits, cujos balanços no vermelho – expressão contábil utilizada quando uma empresa é deficitária – só crescem. Em dois anos, o prejuízo acumulado subiu R$ 91 milhões, passando de R$ 253,9 milhões para R$ 344,5 milhões neste curto espaço de tempo. Somente no ano passado, a empresa registrou um déficit de R$ 48,1 milhões. Como a Prefeitura de Santos é a principal acionista, com 63% na participação, o quinhão deficitário dos santistas nesta fatura chega a R$ 216 milhões deste montante.
Anistia de contratos com mutuários, alterações nos financiamentos com verbas do FGTS, dívidas trabalhistas, além do custo operacional elevado são alguns dos motivos apontados pela diferença entre receitas (R$ 16,4 milhões) e despesas operacionais (R$ 53,3 milhões).
Chama a atenção o custeio operacional da empresa (apenas para ela manter as portas abertas). Foram R$ 11,29 milhões dispendidos no ano passado, 0,29% a mais que no ano anterior. Na prática, para manter a Cohab funcionando, o gasto diário com despesas administrativas chega a R$ 31 mil.
Prodesan
Não muito distante desta realidade encontra-se a Prodesan. O Conselho Fiscal da empresa reiterou a necessidade de dispensar pessoal de áreas consideradas deficitárias, cuja receita obtida não é suficiente para cobrir os custos e as despesas. Os prejuízos acumulados da empresa chegaram no final do ano passado a R$ 299 milhões, sendo quase R$ 7 milhões de déficit apenas em 2014 ( no anterior, foram R$ 863 mil, fato muito comemorado na ocasião pelo presidente da Prodesan, Odair Gonzalez).
Segundo a empresa, o aumento do déficit decorreu da diminuição da Receita Operacional Bruta em torno de R$ 2 milhões, com aumento da despesa financeira acrescida em R$ 3 milhões, decorrentes dos juros e demais variações em outras despesas. O gasto com pagamento de pessoal e encargos chegou a R$ 51 milhões. As despesas administrativas caíram 15% em relação ao ano anterior.