Andreas e Cristinas da vida | Boqnews

Opiniões

22 DE DEZEMBRO DE 2010

Andreas e Cristinas da vida

Por: Fernando De Maria

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Passar horas e horas dentro de um shopping escolhendo a lista de presentes feita na última hora. Ou enfrentar filas intermináveis nos supermercados, que fazem promoções em busca dos consumidores retardatários, brigando a esmo por uma oferta ou promoção. Às vezes, levam por levar, sem finalidade.
Tais cenas são bem comuns nas festas de final de ano. O espírito natalino e a perspectiva de um novo ano animam a todos. Raras são as pessoas que não se deixam contaminar por este clima.
Porém, a essência do Natal, por exemplo, nada tem a  ver com o consumismo desenfreado. Afinal, para alguns, comprar presentes pode ser a remissão dos pecados realizados ao longo do ano. Assim, tiram um pouco o peso da culpa por terem brigado, ofendido ou caluniado o próximo. Os presentes, portanto, seriam a salvação para os erros. Pobres indivíduos que pensam assim.
Outros, porém, fazem da vida um eterno Natal, onde estender a mão e contribuir para o bem-estar do próximo virou rotina, independentemente da época do ano. Estas, aliás, são as pessoas mais interessantes e que merecem um brilho especial.O retrato exemplifica o caso de duas mulheres, de vida simples, mas embuídas em ajudar ao próximo, mesmo que dividindo com os mais necessitados o pouco que têm. E são felizes assim.
A primeira é Andrea Alves Nogueira, uma carioca que vive para criar 12 crianças em um pequeno espaço em um cubículo na área portuária santista, conforme reportagem publicada na edição passada deste jornal, assinada pelo repórter Lincoln Chaves. Ressalve-se,  nenhuma delas nasceu do seu ventre. São filhas de mulheres que viram em Andrea o porto seguro para que pudessem confiar e cuidar de seus filhos. Muitas desapareceram em definitivo.
Mas Andrea, desempregada, consegue dar amor, lar, comida e carinho para seus filhos e filhas de sangue. Uma frase sintetiza o seu sentimento pelo próximo: “Ah… se batem na porta, tem como dizer não? A pessoa sempre será bem-vinda”, em relação ao abandono de crianças, muitas delas deixadas em frente à sua casa.
Outra mulher de fibra é Cristina, líder da Frente Popular da Vila Alemoa. Batalhadora, mobiliza a família e a comunidade para dar momentos especiais para milhares de crianças da localidade, tanto na festa delas, em outubro, como no Natal.
Na semana passada, corria atrás de mais 300 sacolinhas  para que todas as 1.200 crianças cadastradas fossem contempladas com brinquedos e roupas. Ela espera conseguir atingir a meta até a noite de Natal, nem que tire (o pouco) dinheiro do bolso para ver o sorriso no rosto de uma criança do núcleo popular.
São histórias como as de Andrea e Cristina que mostram que, acima do consumismo comum nesta época do ano, o Natal serve como momento de reflexão e de amor ao próximo. Tenho certeza que existem muitas Andreas e Cristinas espalhadas pela Cidade, região e pelo País. Independente de sexo e renda salarial. Afinal, o amor pelo próximo não tem distinção. Deve ser coletivo.



 

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