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Opiniões

22 DE JULHO DE 2011

Desconstruindo mitos

Por: Fernando De Maria

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O IBGE divulgou recentemente o total de moradores por bairros. Algumas cidades tiveram mudanças significativas na circulação demográfica, outras nem tanto, como Santos, até porque nossa taxa de crescimento foi ínfima: 0,33%, passando de 417.983 moradores em 2000 para 419.400 em 2010.


Apesar de não haver alterações substanciais, pode-se concluir que as mudanças  têm relação direta com o perfil que a Cidade implementou na primeira década e sua relação com a construção civil e a própria economia. Além disso, os números servem para refletir que não houve – apesar de ter sido tão propalada – a migração interna, com expulsão da população dos bairros considerados nobres para os periféricos. Ao contrário.


Com exceção do Boqueirão e da Aparecida, os demais bairros da orla da praia tiveram sua população acrescida. Somados, os da Zona Leste 1 (José Menino, Pompeia, Gonzaga, Boqueirão, Embaré, Aparecida, Ponta da Praia) ganharam 3.633 moradores na última década,  2% a mais em relação a 2000.  O crescimento pode ser creditado ao fato de 78% dos empreendimentos  construídos ou em construção com base no Plano Diretor anterior, mais liberal que o atual, estarem localizados nos bairros da orla. Mais prédios atraem mais moradores, especialmente os próprios santistas.


Coincidência ou não, a região intermediária da Cidade (Zona Leste 2, composta por Marapé, Campo Grande, Vila Belmiro, Vila Mathias, Jabaquara, Encruzilhada, Macuco e Estuário) perdeu 3,3% de sua população, ou  3.890 habitantes. Pela proximidade dos números, é possível acreditar que boa parte dos que moravam nestes bairros optaram em residir mais próximos à orla, graças ao aumento da renda e da estabilidade econômica, e também na Zona Noroeste.


Por exemplo, tanto a população dos Morros como dos bairros centrais (Centro, Valongo, Vila Nova e Paquetá) sofreram quedas (1,5% e 3,4%, respectivamente). Em números absolutos, 763 moradores. Por sua vez, a Zona Noroeste cresceu 2,3% da população, ou 1.892 moradores. Obviamente que existem exceções, mas os números revelam coerência e desmitificam a propalada expulsão da população. É claro que isso ocorre com uma parcela de moradores, mas não de forma significativa. Uma migração natural.


A tendência, porém, é maior  especialmente nos bairros da orla, em razão da maior concentração de edificações em construção, como na Ponta da Praia, que já ganhou 1.125 moradores na última década, que aguarda a entrega de mais de uma dúzia de empreendimentos, o que demandará novos serviços públicos e estrutura.


Não é à toa que o bairro já é o terceiro mais populoso, ultrapassando o Boqueirão, que ocupava a terceira colocação até então. O mesmo cenário ocorre no Embaré, que ganhou mil moradores em uma década, e tornou-se o mais populoso da Cidade.

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