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08 DE AGOSTO DE 2013

Diminuir diferenças

Por: Fernando De Maria

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A foto, por si só, já representava algo inusitado. Afinal, reunia todos os governantes santistas em atividade, mesmo em partidos opostos: o atual, Paulo Alexandre; e os anteriores João Paulo Tavares Papa, Beto Mansur e Telma de Souza. Portanto, somente um motivo justo para conseguir reunir tantos políticos que até o ano passado estiveram em lados opostos na eleição municipal.
Sem dúvida, o encontro fez jus à importância do ato, representado pela assinatura do contrato e a ordem de serviço da primeira etapa do programa Santos Novos Tempos, proposta concebida  e idealizada pelos governos anteriores e que será executada pelo atual. 
Assim, às vésperas de completar seus 37 anos, a Zona Noroeste finalmente começará a se livrar de um dos seus maiores problemas, a macrodrenagem, obra de envergadura que permitirá uma melhoria sensível na qualidade de vida dos seus mais de 120 mil moradores, para minimizar o fato do aterramento executado naquela região ter ocorrido abaixo do nível do mar, algo fatal em uma ilha como a nossa. Assim, é comum, mesmo em dias sem chuvas, ruas e casas serem invadidas pelas águas em razão da maré alta. Se chove, a situação é ainda pior.
A fase 1 contemplará os bairros do Saboó, Castelo e Rádio Clube, quando serão investidos R$ 137,5 milhões nas intervenções (R$ 70 milhões do Banco Mundial e R$ 67,5 milhões dos cofres municipais), cujo início das obras está previsto para o final do mês, com término para o início de 2016. Outras duas fases estão programadas para atender os demais bairros, ainda sem previsão.
A importância desta obra é significativa, pois, sem dúvida, se concluída e executada como prevista, deverá diminuir consideravelmente as discrepâncias sociais e o próprio preconceito que existe entre os moradores da mesma cidade, separados apenas pelos morros. Aliás, muitos que residem na zona leste – considerada a parte nobre – nem imaginam como é o ‘outro lado de Santos’, que tem atraído cada vez mais moradores e empreendimentos.
Afinal, o projeto global também inclui a retirada de famílias das palafitas que se escondem na periferia de uma cidade considerada rica, mas que naturalmente empurrou os mais pobres para as regiões periféricas, cobrando um preço alto para sua ocupação, cada vez mais valorizada.  Situação, aliás, semelhante aos morros e aos cortiços, outros bolsões de miséria que se somam e atingem 40 mil santistas (quase 10% da população), que convivem com condições abaixo do salário mínimo.
Se Santos ganhou as manchetes por obter o terceiro lugar em âmbito paulista e o sexto no País em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, nos indicadores de expectativa de vida, educação e renda, certamente o ranking será ainda melhor no futuro com as melhorias anunciadas para a Zona Noroeste.
Oxalá, tais promessas sejam cumpridas e as obras executadas dentro dos prazos e valores combinados para que no futuro diminuam as diferenças sociais e econômicas entre as duas Santos que ocupam parte da Ilha de São Vicente.

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