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Opiniões

12 DE NOVEMBRO DE 2016

Futuro imprevisível

Por: Fernando De Maria

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Inicialmente considerado uma piada até mesmo pelos seus pares, o megaempresário Donald Trump calou milhões de pessoas, incluindo as mídias americana e internacional, além dos tradicionais institutos de pesquisas, que jamais imaginariam a sua vitória. Afinal, não lhe faltam acusações de assédio sexual, misoginia e preconceito. No entanto, nada disso foi o suficiente para tirar-lhe a conquista.

Com seus discursos irônicos e um indiscutível jogador, Trump deixará de ser um bom negociante para se tornar o presidente de uma das maiores potências mundiais. Resta saber, porém, como será seu mandato: trilhará pela cartilha que o levou ao êxito, com um protecionismo ímpar, ou atuará na linha paz e amor, como anunciado em seu discurso após a vitória – em razão das quedas das bolsas dos mercados mundiais – para governar para todos? Aí reside o X da questão.

Trump foi eleito graças ao forte apelo junto ao eleitorado para trazer de volta os empregos aos americanos, acusando países como a China de roubá-los. Esquece, porém, que o país asiático tem US$ 1,4 trilhão (R$ 4,9 trilhões) em títulos do Tesouro dos EUA em seus cofres, ou seja, qualquer alteração brusca na relação entre os países pode estimular a retirada destes recursos, provocando um efeito cascata imprevisível. Por sua vez, se não cumprir o prometido, corre o risco de ser execrado pelos seus milhares de eleitores. Por isso, a dúvida: qual Trump teremos como presidente dos Estados Unidos?

Neste sentido, a América Latina pouco destaque obteve tanto em sua campanha como da sua oponente, Hillary Clinton. Assim, os países latino-americanos vivem o suspense e a dúvida sobre o futuro das relações comerciais que a curto prazo não sofrerão alterações. Mas os rumos podem mudar.

Situação complicada vive o México, país vizinho aos Estados Unidos, cujo povo, para Trump, está na lista dos responsáveis por parte das mazelas que o cidadão americano passa.

No caso específico do Brasil, o presidente Michel Temer foi um dos primeiros a destacar a vitória lembrando que a relação entre ambos os países não deverá sofrer mudanças. Mas sempre há um risco. Os Estados Unidos são o segundo maior país na relação comercial em exportação e importação com o Brasil, atrás apenas da China.

E neste cenário se insere o Porto de Santos, o maior da América Latina. Afinal, por aqui passam bilhões de dólares em mercadorias provenientes ou com destino aos EUA, gerando empregos, impostos e outros benefícios. Portanto, mudanças na política econômica podem afetar diretamente as transações comerciais de ambos os países, caso Trump amplie seu repertório protecionista.

Aliás, ele tem negócios no País, com seu complexo Trump Towers Rio, na área portuária carioca, lançado em 2012 e que até hoje não saiu do papel. Seria um prenúncio de promessas não cumpridas? Assim, como diriam os mais velhos, cautela e caldo de galinha nunca fazem mal. Ainda mais em se tratando do novo presidente americano.

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