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04 DE SETEMBRO DE 2017

Migração regional

Por: Fernando De Maria

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O último levantamento divulgado pelo IBGE mostra que a Baixada Santista cresceu na última década cerca de 162 mil habitantes – o equivalente a quase a metade dos moradores de Guarujá – com uma taxa de 9,7% no período.

Nesta comparação, Praia Grande acrescentou na quantidade de seus moradores o equivalente à população de uma cidade como Bertioga nestes anos. Aliás, o município mais novo da Baixada Santista foi o que mais cresceu: expressivos 35%.

Ou seja, Praia Grande no sul e Bertioga ao norte são os extremos que estão atraindo cada vez mais moradores na região em decorrência da oferta de áreas e preços mais acessíveis nos imóveis, especialmente em relação a Santos, onde se concentram os empregos, instituições de ensino, hospitais e polos geradores de serviços.

Fica claro, portanto, o mapa da região, com áreas consolidadas e necessidade de expansão de serviços para outras localidades de forma a existir melhor distribuição de empregos, renda e negócios.
Os números também reforçam o que tem sido falado há tempos, com elaboração de estudos técnicos, mas com pouca execução prática.

Questões como mobilidade urbana, saúde, habitação popular são alguns exemplos da necessidade de colocar em prática ações metropolitanas para o bem comum.

O avanço do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos é um exemplo. É mais do que coerente a defesa do presidente do Condesb – Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista e prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, em priorizar a expansão do VLT para São Vicente (área continental) e Praia Grande, regiões que têm concentrado cada vez mais moradores em detrimento a Santos.

Por sua vez, a EMTU sinaliza que os futuros trilhos da segunda etapa irão em direção ao Centro Histórico de Santos. E a Prefeitura já planeja outras duas etapas, com ligação à praia via Conselheiro Nébias e até a Ponta da Praia pela Avenida Afonso Pena. Enquanto isso, a demanda crescente de passageiros nos municípios vizinhos fica à mercê da sorte. Como a tarifa é subsidiada (o valor correto seria de R$ 15 e não os R$ 4,05 cobrados), toda a sociedade paga a conta.

Situação semelhante ocorre na saúde, com concentração de serviços em determinados hospitais, especialmente em Santos, provocando um aumento no fluxo de pessoas.

Assim, os números divulgados pelo IBGE apenas atestam uma realidade que se acentua, trazendo cada vez mais disparidades sociais regionais, pois tais tendências se consolidarão cada vez mais caso a situação não seja enfrentada nos próximos anos. Sem alterações, os problemas aumentarão, trazendo ainda mais prejuízos à coletividade, com crescente disparidade social.

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