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Opiniões

14 DE JANEIRO DE 2017

O que esperar de Trump?

Por: Fernando De Maria

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A partir da próxima sexta (20), o mundo vai conhecer uma nova realidade em um das mais importantes potências econômicas com a posse do novo presidente americano, Donald Trump.
Gostando ou não dele, das suas invencionices, deboches e língua afiada, o mega empresário vai ter a oportunidade de colocar em prática suas ideias e saber se as bravatas serão reais, como a de sobretaxar empresas made in USA que atuam em outros países e revendem produtos aos americanos. Que o diga a Ford e outras gigantes do setor automotivo.

Não se pode esquecer a polêmica construção do muro separando os Estados Unidos e o México, a um custo estimado de US$ 12 bilhões (R$ 37,8 bilhões), que, segundo o novo presidente, será bancado pelo governo (ou melhor, povo) mexicano. Trump ameaça intervir em remessas enviadas por mexicanos nos Estados Unidos, cujo montante é considerável

Excluindo as bizarrices do empresário bufão, a verdade que o efeito Trump é reflexo do endireitamento das políticas em todo o mundo. Vide o Brexit no Reino Unido, com a decisão dos ingleses de abandonarem a zona do euro; o crescimento da ultra direita na França, entre outros exemplos. Trump, portanto, é reflexo deste momento de elevado protecionismo mundial. Situação não muito diferente do que ocorre no Brasil a ponto do deputado Jair Bolsonaro surgir como um forte nome presidencial para 2018.

Neste contexto, a relação Brasil e Estados Unidos fica em segundo plano, pois nossas relações comerciais se limitam às exportações de commodities e importações de produtos manufaturados. Hoje, os Estados Unidos são o segundo maior exportador e importador na relação comercial com o Brasil. E o Porto de Santos se destaca neste cenário.

A participação das exportações de cargas para os Estados Unidos via cais santista foi equivalente a 13,2% do total exportado em 2015 – cerca de US$ 6,7 bilhões (R$ 21,1 bilhões – o equivalente a oito orçamentos de uma cidade como Santos). Em importações, o volume chegou a U$ 7,7 bilhões no mesmo ano (R$ 24,2 bilhões) .

Trump tem negócios no Brasil. Inaugurou, em parceria com brasileiros – durante as Olimpíadas – o Trump Hotel Rio de Janeiro, aberto com 70 dos 170 quartos. Já o Trump Towers Rio, que se apresenta como um conjunto de cinco torres de 150 metros de altura com 38 andares, na região portuária carioca, chamada de Porto Maravilha, considerado o maior complexo de escritórios corporativos dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), ainda é um sonho distante.

Assim, não é possível cravar o que será dos EUA com a posse de Trump. Na prática, muitas das bravatas não deverão ser colocadas em prática, especialmente em relação à China. A única certeza é que o mundo não será mais o mesmo a partir de sua posse.

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