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Opiniões

17 DE OUTUBRO DE 2013

Pacto pela região

Por: Fernando De Maria

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Ainda parece distante, mas é um fato real. Responsável por representar 4% do eleitorado paulista, a Baixada Santista corre o risco de, no próximo ano, eleger um número menor de deputados. 
Isso porque – até o momento – são poucos os nomes regionais puxadores de votos que já manifestaram – direta ou indiretamente – o desejo de concorrer à Câmara ou Assembleia. Por exemplo, é comum ex-prefeitos tentarem ocupar novas funções legislativas após o mandato. Em 2010, participaram do pleito Alberto Mourão, Beto Mansur e Márcio França. E para a Assembleia Legislativa, Telma de Souza. Todos eleitos.
O primeiro ficou na quinta suplência, mas acabou ocupando o mandato durante  quase dois anos. Já os ex-prefeitos de Santos e São Vicente foram eleitos e hoje são – ao lado do delegado federal Protógenes Queiroz  (PCdoB)- os representantes da região junto à Câmara. Deve-se ressaltar, porém, que Protógenes está longe de ser um representante regional. Obteve na Baixada meros 8.155 votos, sendo sua melhor performance em Guarujá, onde reside. A  soma de votos na região foi de apenas 9%  do total obtido no estado.
Situação bem diferente a de Márcio França, que obteve 172.095 votos, sendo 75,5% na região, e de Beto Mansur, que recebeu 85,4% do seu total (65.397) na Baixada. Mansur tentará a reeleição, mas França já sinalizou que tem outros planos. O ex-prefeito João Paulo Papa ainda não definiu em qual disputa entrará. Bruno Covas, hoje estadual, já avisou que sairá como federal, mas há anos deixou de ser um representante regional.
Chama a atenção um dado curioso – pelo menos para a Câmara Federal: os votos recebidos pelos 67 deputados eleitos provenientes de outras localidades equivaleram a 273.785 sufrágios, 30,9% do total de votos válidos. 
Ou seja, um em cada três votos dados por eleitores da Baixada Santista foram para candidatos que não têm qualquer relação local (o máximo que podem citar é por possuírem uma casa de veraneio por aqui…). Por exemplo: o deputado Francisco Everardo, o Tiririca, ficou com 5,1% do total de votos recebidos no Estado: foram 70.062 só na Baixada. 
Outro também bem votado foi o mentor de Tiririca, o deputado Valdemar da Costa Neto, que recebeu 11.322 votos (6,5% do total no estado).  Costa Neto é um dos envolvidos no processo do Mensalão e busca no mandato parlamentar a garantia da sua sobrevivência política. Situação semelhante a do ex-governador Paulo Maluf, que recebeu cerca de 15 mil votos em 2010 apenas entre eleitores da Baixada.
Enquanto a reforma política não ocorre, este é o cenário que não mudará para 2014. O voto é livre e cada cidadão tem o direito de escolher quem poderá representá-lo melhor. Mas é importante que a população acompanhe os trabalhos  dos edis para verificar se  parlamentares bem votados por aqui trouxeram realmente recursos para a região. 
Por isso, devemos unir esforços para que os votos sejam dados a candidatos da região de forma a diminuir esta evasão. Caso contrário, teremos nossa representatividade ainda mais reduzida.

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