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Opiniões

25 DE JUNHO DE 2010

Pedalando pelas ruas

Por: Fernando De Maria

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A geografia da Baixada Santista é um incentivo à prática do ciclismo. Inicialmente para fins de lazer e esportes, a bicicleta passou a ser associada  ao trabalho, em razão da sofrível qualidade do transporte coletivo regional. Além disto, muitas empresas pagam o vale-transporte em dinheiro e assim o valor é incorporado indiretamente aos salários.
Estima-se que a região tenha 190 quilômetros de vias especiais aos ciclistas, algo impensável há duas décadas, por exemplo. Lembro-me que minha primeira grande reportagem publicada há exatos 20 anos no jornal A Tribuna foi sobre o uso das bicicletas e a falta de espaços para circulação e de segurança aos ciclistas.
Na ocasião, Santos só tinha uma ciclovia (?), que ligava nada a lugar nenhum, junto à Avenida Martins Fontes. Uma piada! Na região, as opções eram escassas. Quem se aventurava a circular de bicicleta pelas ruas era visto com um estorvo no trânsito. Quando estudante, muitas vezes ia de bicicleta à faculdade. Era o único e tinha que amarrá-la em grades, pois não havia bicicletário. Hoje, elas fazem parte da paisagem e do meio de transporte dos jovens.
Santos tem 20,9  quilômetros de extensão e mais sete quilômetros serão acrescidos, com a construção das ciclovias das avenida Pinheiro Machado e Ana Costa. Serão investidos R$ 5,5 milhões, com verbas provenientes do Fundo do Departamento de Apoio e Desenvolvimento das Estâncias, do Governo do Estado.
A primeira, estimada em R$ 3,5 milhões, terá 3,4 quilômetros de extensão e largura útil média de 1m80. Começará nas imediações do Orquidário e se unirá até a ciclovia construída em frente à Santa Casa em direção ao túnel Rubens Ferreira Martins. Desta forma, facilita o acesso dos ciclistas ao Centro.
O projeto da ciclovia da Avenida Ana Costa tem 3,5 quilômetros de extensão, a partir da ciclovia da praia, passando por outras ciclovias, como da Avenida Francisco Glicério e Rangel Pestana. De lá, se liga até a ciclovia em direção ao Centro, garantindo maior segurança aos ciclistas.
A questão é que tal obra é objeto de reclamações por parte de munícipes inconformados com o impacto visual que a ciclovia provocará e os riscos em relação às palmeiras imperiais da avenida.
Ora, não dá para remar contra a maré. Hoje, a Ana Costa já se tornou uma referência aos ciclistas. Muitos já pedalam nas calçadas centrais sobre a grama, só que sem a segurança necessária.
Na terça (29), às 19 horas, na Associação Comercial de Santos, o projeto será apresentado ao público pelos secretários municipais a pedido de vereadores. Boa oportunidade para esclarecer dúvidas, solicitar melhorias (como sinalização na ciclovia da Avenida Rangel Pestana e implantação de mais bicicletários) e colocar em prática mais esta etapa do plano cicloviário. Os ciclistas, que são ampla maioria, agradecem.

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