Pobres clientes | Boqnews
Ônibus intermunicipal. Foto: Arquivo

Opiniões

11 DE FEVEREIRO DE 2019

Pobres clientes

Por: Fernando De Maria

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As elevadas temperaturas registradas ao longo de janeiro deram uma trégua nos primeiros dias deste mês, a despeito da enxurrada que varreu o litoral, Capital e, em especial, o Rio de Janeiro, provocando prejuízos e mortes.

A natureza dá sinais claros ao homem que ainda não se atentou como seus atos têm interferido no planeta.

No entanto, as temperaturas brandas, ao que parecem, já fazem parte do passado. Nesta semana, os termômetros devem registrar novos picos de calor.

Diante disso, a situação fica ainda pior para quem utiliza o transporte público, especialmente o intermunicipal (em Santos, a situação é ligeiramente melhor, mas ainda 1 em cada 4 ônibus não tem climatização a despeito da tarifa de R$ 4,30. A promessa é que em 2020 toda a frota esteja contemplada. Oremos!).

A concessionária responsável, que recebeu recentemente o aval para reajustar suas já salgadas tarifas, em nenhum momento sinaliza que vai beneficiar seus clientes: a falta de climatização nos veículos.

Não bastasse, a mesma empresa opera o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, estes dotados do equipamento.

Clientes com tratamentos distintos.

Assim, os ônibus se tornam um caldeirão ambulante tanto para clientes/passageiros como para os motoristas cujo papel deveria ser o de apenas dirigir.

Mas precisa cobrar, ouvir reclamações e sentir na testa o suor escorrendo por causa do calor do motor localizado exatamente ao seu lado.

Impressiona como a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos até hoje não exigir da concessionária que opera as 65 linhas intermunicipais que atendem os munícipes da região. Afinal, trata-se de uma relação de consumo, como bem salientou o responsável pelo Procon Santos, advogado Rafael Quaresma.

Se, portanto, há esta relação, por qual razão tanto os Procons locais, nem a Fundação Procon, nem a EMTU contam com reclamações por parte dos usuários?

Fácil entender.

A massa desconhece seus direitos. E nem imagina que tem o poder de reverter esta situação. Se tais entidades não forem acionadas, nada mudará. Não basta reclamar nas redes sociais, mas buscar os canais oficiais para fazer as queixas.

É o mesmo que reclamar de assaltos em uma determinada rua, mas se ninguém registrar boletins de ocorrência, nada será feito para mudar.

É claro que outras maneiras também devem ser estimuladas de forma paralela (e não exclusiva). Como o caso do abaixo-assinado que circula no site Charge.org pedindo a instalação de aparelhos de ar condicionado nos ônibus da Baixada Santista. Até o fechamento desta coluna, já eram 33.400 assinaturas. E crescendo.

Quer participar?

Acesse www.change.org/p/governo-estadual-de-sao-paulo-ar-condicionado-nos-ônibus-intermunicipais-da-baixada-santista.

São formas, portanto, dos cidadãos exigirem seus direitos. Afinal, como consumidor, você voltaria a uma loja se fosse maltratado? No caso do transporte coletivo, porém, as alternativas desaparecem, especialmente para quem mora distante. Está na hora de dar um basta à esta sufocante realidade.

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