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05 DE AGOSTO DE 2023

Reflexos do abandono das autoridades com a Baixada Santista

Por: Da Redação

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Preço do abandono

Os confrontos fatais envolvendo a polícia e traficantes nos últimos dias, decorrente da Operação Escudo, revelam uma questão que nunca foi levada a sério pelos governos federal e estadual ao longo das últimas décadas: o empobrecimento econômico paulatino da Baixada Santista.

Declínio

Afinal, se a região era um polo de geração de empregos e riquezas ao longo dos anos 50 e 60, com o avanço do parque industrial de Cubatão, e com o próprio crescimento do Porto de Santos, a medida que estes dois pilares da economia perderam força, a região sentiu os efeitos colaterais.

Hoje, a Baixada Santista tem 4% da população e dos eleitores paulistas, mas apenas 2,7% dos empregos.

Não bastasse, a taxa de crescimento é uma das menores entre os grandes polos paulistas.

 

Esvaziamento

O esvaziamento do polo industrial, com a saída de empresas de porte e enxugamento de outras, como a Usiminas, não recebeu um pacote de políticas públicas eficaz.

Além disso, isso se refletiu no aumento de áreas periféricas e submoradias, campo fértil para o fortalecimento do crime organizado.

Novo porto e menos empregos

Dessa forma, o mesmo ocorre com o porto, que bate sucessivos recordes, mas emprega cada vez menos pessoas, em razão da automação.

Por exemplo, o terminal portuário da Eldorado entregue nesta semana emprega 1/4 do total de funcionários que a Libra empregava antes do fechamento.

 

Queda na renda I

Dados da Fundação Seade mostram que em 2020 – ano do último levantamento -, Santos ocupava o 14º lugar entre os PIBs paulistas, com 0,9% do total, ao lado de Cajamar, com 93 mil habitantes.

Em 2002, Santos ocupava a mesma colocação, mas representava 1,2% do PIB paulista.

Queda na renda II

Ao lado de Santos, Cubatão (foto acima) também tem um dos maiores PIBs, mas vem perdendo espaço preocupante.

Hoje, ocupa a 21º colocação no estado, com 0,7% da participação na economia paulista.

Por sua vez, bem distante de 2002, quando ocupava o 7º lugar, com 2,4% do total de representatividade paulista.

Patrulhamento no Bairro do Saboó, na entrada de Santos. Semana tensa na região
Foto: Divulgação

Efeito colateral

Assim, a queda de empregos e renda é indiretamente proporcional à população.

Sem perspectivas, a periferia cresce.

Aliás, espaço ideal para a proliferação do crime organizado.

Além disso, soma-se ainda o déficit habitacional e o elevado índice de evasão escolar (em Guarujá, principal palco de confrontos, foram 13.748 alunos fora da sala de aula em 2020).

Fórmula perfeita para esta triste realidade, com 17 mortes entre civis e militares, além de feridos.

 

Manifestações

Para protestar contra a violência policial, uma nova manifestação está marcada para o domingo (6) na passarela Dráusio da Cruz, a partir das 15 horas, na Zona Noroeste, em Santos.

Assim, grupos sociais e coletivos, como o Mães de Maio e Fórum da Cidadania, marcarão presença.

Nunca usei

Após o deputado Paulo Mansur (PL) ter afirmado que recebeu do ex-deputado Kenny Mendes a giroflex usada no veículo oficial da Assembleia Legislativa para poder usar nas estradas, o ex-parlamentar se defendeu e disse que já recebera o veículo com o equipamento de outro deputado que o antecedeu.

“Peguei o carro, mas nunca usei (a giroflex)”, disse à coluna.

Moradores de áreas carentes, como o Dique da Vila Gilda, aguardam por melhorias.

Quem responde?

Quando..

as autoridades irão investir em programas e ações para diminuir as desigualdades sociais tão presentes no cotidiano dos moradores da região?

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