Um avião comercial da Malásia com 295 pessoas caiu no leste da Ucrânia nesta quinta-feira (17), próximo à fronteira com a Rússia.
Dezenas de corpos em pedaços estão espalhados em uma área de 15 km, na região da cidade de Grabovo, próximo a Donetsk, segundo relatos de agências de notícias. Serviços de emergência dizem que pelo menos cem corpos foram encontrados.
Os destroços do Boeing 777 têm as cores da Malaysia Airlines. É provável que o avião tenha explodido no ar, embora haja corpos inteiros.
Separatistas ucranianos afirmam ter encontrado uma das duas caixas-pretas do avião, de acordo com a agência de notícias russa Interfax.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, acredita que um “ato terrorista” foi a causa da queda do avião, disse seu assessor.
“Poroshenko crê que esse avião foi abatido: não é um incidente, não é uma catástrofe, mas um ato terrorista” disse Svatoslav Tsegolko.
O confronto entre separatistas pró-Rússia e forças ucranianas na fronteira já provocou a queda de aviões militares nesta semana.
Mais cedo, um assessor do ministro do Interior da Ucrânia disse que a aeronave foi derrubada por um míssil lançado a partir do solo. A informação, porém, ainda não foi confirmada oficialmente.
“Terroristas, usando um sistema de mísseis Buk fornecido por Putin [presidente russo], derrubaram um avião civil”, disse pelo Facebook.
A Malaysia Airlines divulgou nota em que confirma ter pedido contato com o voo MH17 às 11h15 (hora de Brasília) quando ele sobrevoava a Ucrânia, a 50 quilômetros da fronteira com a Rússia. Segundo a companhia, havia 280 passageiros e 15 membros da tripulação a bordo.
Foram confirmados 23 americanos e quatro franceses a bordo.
O avião ia de Amsterdam para Kuala Lumpur, capital da Malásia.
Mais cedo, Poroshenko lembrou dos casos de aviões militares derrubados na área nesta semana.
“Este é o terceiro caso trágico nos últimos dias, após os aviões An-26 e Su-25 das forças armadas ucranianas serem derrubados a partir do território da Rússia”, declarou Poroshenko.
“Nós não excluímos a possibilidade de este avião ter sido abatido, e ressaltamos que as forças armadas ucranianas não efetuaram disparos que possam ter atingido alvos no ar”, acrescentou, antes de apresentar suas condolências às famílias das vítimas.
O líder separatista Aleksander Borodai, por sua vez, acusou forças ucranianas de terem abatido o avião. De acordo com a Interfax, um membro do governo de Donetsk disse que as armas rebeldes só podem derrubar aviões a 3.000 metros de altura.
A aeronave foi derrubada a cerca de 10 quilômetros do solo – altura que o sistema de mísseis Buk consegue alcançar.
A Ucrânia acusou nesta quinta-feira (17) a Rússia de derrubar um de seus aviões de guerra, um Su-25, na quarta (16). Segundo Andrei Lisenko, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano, o ataque obrigou o piloto a ejetar.
O ministério de Defesa da Rússia negou e disse que a acusação de Kiev era “absurda”.
Os rebeldes pró-russos, enquanto isso, alegaram na quarta-feira a responsabilidade por ataques a dois jatos Sukhoi-25. O Ministério da Defesa ucraniano diz que o segundo jato foi atingido por um míssil antiaéreo portátil, mas acrescentou que o piloto não saiu ferido e conseguiu pousar o avião em segurança.
Na segunda (14), a Ucrânia anunciou que um avião de transporte militar An-26 foi abatido por um míssil disparado do território russo.
Lisenko informou que dois dos oito tripulantes do An-26 foram encontrados mortos, enquanto quatro foram resgatados e outros dois aprisionados pelos rebeldes.
Em março passado, outro avião da Malaysia Airlines desapareceu quando ia de Kuala Lumpur a Pequim com 239 pessoas a bordo. Os destroços do Boeing 777 não foram encontrados.