Após 6 anos, PF divulga envolvimento de irmãos em assassinato de Marielle Franco | Boqnews
Marielle Franco. Foto: Renan Olaz/CMRJ

Após delação

24 DE MARÇO DE 2024

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Após 6 anos, PF divulga envolvimento de irmãos em assassinato de Marielle Franco

A conclusão está no relatório final da investigação, divulgado após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do inquérito.

Por: Pedro Rafael Vilela e André Richter
Agência Brasil

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A Polícia Federal (PF) concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão contrataram o ex-policial militar Ronnie Lessa para executar a vereadora Marielle Franco, em 2018.

Na ocasião, o motorista dela, Anderson Gomes, também foi morto.

A conclusão está no relatório final da investigação, divulgado após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do inquérito.

Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão (União Brasil), deputado federal, foram presos na manhã de hoje por determinação de Moraes.

Na noite deste domingo, o União Brasil expulsou o parlamentar.

Portanto, para a PF, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão

Ambos teriam ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio,

“Os indícios de autoria mediata que recaem sobre os irmãos Domingos Inácio Brazão e José Francisco Brazão são eloquentes”.

“Com base na dinâmica narrada pelo executor Ronnie Lessa e pelos elementos de convicção angariados durante a fase de corroboração de suas declarações, extrai-se que os irmãos contrataram dois serviços para a consecução do homicídio da então vereadora Marielle Franco”, disse a PF no relatório.

No documento, os investigadores mostram que o plano para executar Marielle contou com a participação de Rivaldo Barbosa.

Portanto, trata-se do ex-chefe da Policia Civil do Rio.

Segundo a PF, Rivaldo “planejou meticulosamente” o crime.

Barbosa também foi preso na operação desta manhã.

Aliás, a Polícia Civil demorou 5 anos – com cinco delegados diferentes à frente do crime – para identificar os autores do assassinato.

Até que o caso passou para a esfera federal.

Balcão de negócios

“Se mostra indubitável a conclusão de que Rivaldo Barbosa instalou na diretoria de divisão de homicídios um verdadeiro balcão de negócios destinado a negociatas que envolviam a omissão deliberada ou o direcionamento de investigações para pessoas que se sabiam inocentes.

Para tanto, Rivaldo fez negócio com contraventores, milicianos e, como se vê no caso em tela, políticos, no afã de se locupletar financeira e politicamente”, afirmam os investigadores.

Planejamento

Durante as investigações, a PF avaliou provas e os depoimentos de delação dos ex-policiais Ronnie Lessa e Elcio Queiroz para finalizar o detalhamento dos primeiros passos do planejamento do assassinato.

Conforme o relatório, as tratativas ocorreram de forma clandestina e em breves encontros em locais desertos.

Dessa maneira, a primeira reunião ocorreu em 2017, quando, segundo a PF, os irmãos Brazão contrataram Edmilson Macalé.

Assim, trata-se de pessoa identificada como miliciano que atua na Zona Oeste do Rio e próximo aos mandantes.

Em seguida, Macalé convidou Ronnie Lessa para participar da empreitada criminosa.

Assim,  as armas e os veículos usados no crime foram providenciados.

“Diante do teor da proposta, Macalé convidou Ronnie Lessa, notório sicário carioca, para a empreitada criminosa que, seduzido pela possibilidade de se tornar um miliciano detentor de uma extensa margem territorial, aceitou o convite e ambos foram à primeira reunião com os irmãos”, detalhou a investigação.

Papuda

Os três presos neste domingo (24) já estão em Brasília e serão encaminhados para o presídio federal.

Ele fica no complexo penitenciário da Papuda, região sudeste do Distrito Federal.

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barboda, detidos ainda pela manhã, durante a Operação Murder Inc, chegaram à capital federal por volta das 16h, em aeronave da PF.

Após desembarcarem, eles foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), para exames de corpo de delito, uma praxe.

Eles também passaram por audiência de custódia, presidida pelo juiz auxiliar do STF, Airton Vieira, que manteve as prisões.

Ainda houve informação oficial se os três permanecerão na Penitenciária Federal de Brasília.

Ou se serão transferidos para outras unidades prisionais do país.

A prisão dos três, decretada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é preventiva, sem prazo determinado.

A medida ainda passará por referendo em sessão virtual da Primeira Turma do STF nesta segunda-feira (25).

Prisão

No caso de Chiquinho Brazão, deputado federal, a Constituição Federal prevê que sua prisão tenha apreciação do plenário da Câmara dos Deputados.

Assim, os parlamentares poderão mantê-lo preso ou soltá-lo.

Dessa forma, a data da sessão não tem previsão, mas deverá ocorrer nos próximos dias.

Aliás, a principal motivação do assassinato de Marielle e Anderson, revelada no relatório de investigação da PF, envolve a disputa em torno da regularização de territórios no Rio de Janeiro.

Em coletiva de imprensa, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que as investigações policiais levaram ao esclarecimento completo sobre quem são os mandantes dos crimes, além dos os executores e os intermediários.

Dessa forma, Marielle e Anderson foram assassinados a tiros, em um cruzamento na região central do Rio de Janeiro, em março de 2018, enquanto se deslocavam de carro após uma agenda de trabalho.

Nas redes sociais, ministros e deputados se manifestaram sobre o caso.

 

(*) Com informações da Redação do Boqnews

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