Venda de passagens aéreas a partir de R$ 200 começa no segundo semestre | Boqnews
Avião pousa em aeroporto. Foto: Agência Brasil/Divulgação

Expectativa

27 DE JUNHO DE 2023

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Venda de passagens aéreas a partir de R$ 200 começa no segundo semestre

Presidente executivo do Conselho da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Eduardo Sanovicz, falou da expectativa do setor

Por: Da Redação

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Anunciada em abril pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, a proposta que prevê a possibilidade de venda de passagens aéreas a partir de R$ 200 vai sair do papel no segundo semestre.

A informação é do presidente executivo do Conselho da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Eduardo Sanovicz.

Ele participou do Jornal Enfoque desta segunda (26), onde falou sobre o setor, um dos mais atingidos pela pandemia.

Conforme Sanovicz, a fala do ministro -criticada por muitos na ocasião – vai sair do papel.

“O ministro colocou como proposta uma realidade já existente. Só deve ampliar”, cita.

Por exemplo, atualmente de 10% a 11% das passagens aéreas custam até R$ 300,00.

E 1/3 abaixo de R$ 500,00.

Sanovicz explica que as empresas aéreas têm se reunido com integrantes do ministério para acertar detalhes da proposta.

“Está na fase de gestão do processo e eliminação de alguns entraves. Em setembro ou outubro, teremos notícias sobre o programa”, crê.

Programa Voa Brasil

O próprio ministro, em entrevista à Hora do Brasil desta segunda (26), confirmou a medida e foi ainda mais otimista.

A previsão é que a programa Voa Brasil saia até agosto.

Ao programa, França detalhou como funcionará o programa, que vai ofertar passagens ao preço único de R$ 200.

Aliás, mesmo ideia defendida por Sanovicz.

Ele recorda que entre 2009 a 2012, era possível comprar um bilhete aéreo em até 10 parcelas sem juros.

“É possível voltar a construir esta política”, ressaltou.

Hoje, 40% do bilhete aéreo tem relação direta com o querosene de aviação.

Em dezembro de 2022, o preço médio do QAV na bomba no Brasil foi quase 45% superior ao cobrado nos Estados Unidos.

Houve uma redução nos últimos meses, mas o patamar ainda está elevado aos padrões internacionais.

No início do mês, o preço de venda caiu para 12,6%.

A redução acumulada em 2023 chega a 35,0%

Por sua vez, não bastasse, alguns estados, como São Paulo, ainda cobram ICMS sobre o querosene de aviação.

Isso explica porque alguns voos para o exterior são mais baratos que no próprio País.

“Não há cobrança deste imposto no exterior. O Brasil é o único lugar no mundo”, reclama.

Por exemplo, uma passagem aérea para Fortaleza é mais cara que para Buenos Aires saindo de São Paulo.

Uma viagem da Gol para Fortaleza sai a partir de R$ 1.265,55, com saída por Guarulhos.

E a partir de R$ 1.089,67 para Buenos Aires, saindo do mesmo aeroporto.

Pandemia

Mesmo assim, o setor resistiu às intempéries da pandemia – o que não ocorreu no mercado internacional, onde cerca de 60 empresas aéreas encerraram as atividades.

Se hoje no Brasil, os indicadores são positivos e em alta, o mercado externo ainda sofre com a limitação de linhas – e aumento dos custos das passagens como reflexo.

“Creio que ao final de 2024, o setor estará totalmente recuperado em âmbito internacional”, acrescenta.

Presidente executivo do Conselho da Associação Brasileira das Empresas Aéreas falou sobre a perspectiva do setor. Foto: Carla Nascimento

Negociação

Em 2019, a ABEAR e o governo paulista, sob o comando do então governador João Doria firmaram acordo para redução do índice de 25% para 12%.

Além disso, a proposta foi renovada com o atual governador Tarcísio de Freitas no início do ano.

Em troca, houve inicialmente a necessidade de  implementação de 490 voos semanais em aeroportos pelo interior paulista.

“Chegamos a 704 voos semanais”, enfatizou.

Na ocasião, até aeroportos que não recebiam qualquer aeronave, como Barretos e São Carlos, passaram a receber voos.

Assim, os únicos aeroportos que até hoje não saíram do papel são de São José dos Campos e Guarujá.

No entanto, o primeiro já começou a receber voos de cargas.

No entanto, o segundo sequer saiu do papel.

Sanovicz recorda que em 2014 esteve em Guarujá para fomentar a discussão sobre o aeroporto.

Na ocasião, ele chegou a conversar com a prefeita da época, Maria Antonieta de Brito, para que organizasse a concessão em edital e assim repassasse para um futuro operador, vencedor da licitação.

“Naquele momento, a Avianca demonstrou interesse no aeroporto de Guarujá”, lembra.

“Tivemos uma oportunidade perdida”, lamenta.

Tempo de maturação

De qualquer forma, o setor entende que saindo o aeroporto, o seu funcionamento pleno demorará entre 4 a 5 anos.

Por exemplo, após a concessão sair, o primeiro voo demoraria de 60 a 90 dias, chamado de ‘voo perdigueiro’ para verificar a demanda.

Dessa forma, o voo tende a ser feito por um Avião tipo Caravan, com 9 lugares, e dois voos diários.

Após 6 a 8 meses, dependendo da demanda, o serviço passa a ser feito por um ATR – avião de 72 lugares, o que demandaria um tempo de 2 a 3 anos de maturação – dependendo da demanda.

E entre 4 a 5 anos, com modelos maiores, sempre dependendo do volume de passageiros.

“O aeroporto de Guarujá será a obra mais importante da região, desde da conclusão da segunda pista da Imigrantes, há mais de 20 anos”, destaca.

Outros assuntos

Sanovicz, que recebeu o título de Cidadão Santista (ele nasceu na Capital) no mês passado, disse que se mudará em definitivo para Santos a partir de agosto, cidade onde construiu sua carreira profissional, iniciando como diretor de turismo da Prefeitura de Santos na gestão do ex-prefeito David Capistrano “um líder injustiçado”, como ressaltou.

Assim, após passagens pela Anhembi Turismo e Eventos, São Paulo Convention Bureau, e à frente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) desde 2012, ele promete combater “o vento gelado do fascismo que sopra no pescoço”.

Além disso, ele também é professor doutor da USP – Universidade de São Paulo.

“Quero me somar na Cidade, como ocorria nos anos 80, durante a ditadura militar”, ressalta.

Além disso, se coloca à disposição para ajudar em planos do desenvolvimento do turismo em Santos e região.

Confira a entrevista completa

(*) Com informações da Agência Brasil – repórter Caroline Pimentel

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