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12 DE ABRIL DE 2024

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Campanha do Abril Azul chama atenção para conscientização do autismo

No mundo, uma em cada 100 crianças possuem autismo, segundo a OMS

Por: vinícius dantas
Da Redação

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O mês de abril marca uma campanha tão importante, o Abril Azul, que se refere ao Dia de Conscientização do Autismo. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de desenvolvimento neurológico que afeta a comunicação, sentimentos e emoções. O professor e psicopedagogo, Lucelmo Lacerda conta que preconceito existe em vários sentidos, por exemplo, imaginar que a pessoa autista é de uma forma única.

Ele explica que sendo espectro, ela pode se manifestar de formas muito diferentes, desde um indivíduo que é um gênio em uma certa área, está casado e trabalha até quem não consegue ir ao banheiro sozinho. Portanto, dentro desse espectro cabe muitas formas diferentes de ser e o preconceito é justamente imaginar uma única forma e isso destoa a realidade, portanto é um preconceito que vem antes e é equivocado com a realidade.

Sobre a educação inclusiva, o professor aborda que existem várias pesquisas que apontam que a relação com a educação é o contexto de maior sofrimento dessas famílias por vários motivos. “A educação está muito longe de fato de ser inclusiva. O mês de abril sendo um mês de manifestações, de reivindicar direitos, a educação acaba sendo um tema primordial, outras coisas não deixam de ser importantes, como o acesso à saúde, mas de fato a educação ganha um espaço importante”.

Desafios

Ele menciona que são inúmeros desafios que as pessoas com autismo, alé do preconceito de acreditar que a pessoa é de uma forma única, ainda há uma negativa de direito à educação, porque não existe educação que adapte as necessidades individuais de cada sujeito. “Na saúde, porque temos praticamente um apagão na rede pública em termos de ofertas de serviço e mesmo na rede privada ela quase sempre é negada. Mas, outros contextos que não discutia muito estamos entendendo melhor o papel, dificuldades de acesso ao ensino superior que se aplicam com as mesmas violações do ensino básico, dificuldades de acesso ao trabalho e ausência de políticas públicas nesse sentido”.

Sobre o que tem sido feito para envolver a sociedade nessa campanha, Lacerda afirma que durante esse mês tem ocorrido manifestações importantes, nas redes sociais e na vida real com pessoas organizando eventos onde todos vestem azul, falam e postam sobre autismo.
“Talvez o maior envolvimento este ano tem sido um empenho na campanha #HomologaCamilo que implica no pedido ao ministro da Educação, Camilo Santana, para que homologue o Parecer nº 50/2023, que é documento orientador que prevê utilização de práticas baseadas em evidências para pessoas autistas na escola e no plano educacional individualizado para estudantes, a manifestação com camisetas e postando nas redes sociais falando sobre tem sido o tom principal do engajamento das pessoas nesse Abril Azul”.

Sinais

De acordo com o neurocientista Ari Brito, a dificuldade no contato visual, o distanciamento social com pouca interação com as outras crianças e adultos, a dificuldade na linguagem, a criança demora para falar ou tem dificuldade em se comunicar com os adultos são sinais que podem ser observados precocemente.

“Entre 3 ou 4 anos essas características ficam mais aparentes, mas temos que tomar cuidado porque existem quadros que apresentam as mesmas características e que não tem nada a ver com o Espectro Autista, por isso a avaliação de um neuropsicólogo ou outro especialista é fundamental, para não estereotipar ou errar o diagnóstico e confundir com quadros de déficit intelectual ou problemas emocionais criados em ambientes tóxicos”.

Diagnóstico precoce

Ele aborda que quanto mais cedo você consegue identificar o TEA, mais cedo as medidas serão assertivas. Com isso, a resposta é melhor e existem mais possibilidades de intervenções. Contudo, quanto mais demorado, mais o quadro piora com o avanço da infância, principalmente no que se refere ao desenvolvimento cognitivo e motor. Interferir cedo podem ajudar na construção de habilidades sociais e de comunicação, auxiliando no desenvolvimento da criança.

Brito comenta que às vezes uma criança pode ter uma perda auditiva e por isso ter dificuldades de falar, por exemplo. Sem uma atenção de um especialista, os pais podem achar que é o TEA, mas com exames específicos essa suspeita é eliminada. “É comum pequenas dificuldades motoras ou dificuldades em interação social por questões de personalidade serem identificadas erroneamente. O atraso no desenvolvimento pode vir de uma síndrome do X Frágil.  O interesse em atividades ou objetos específicos em movimento, como ventiladores pode ter um fundo obsessivo de um quadro ligado a um transtorno psicológico. Uma alta inteligência com leitura precoce pode ser hiperlexia, mas também confundida com TEA. Ou seja, são vários fatores para avaliar e buscar uma precisão”.

 

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