Motoboys relatam mudanças na atividade | Boqnews
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Pandemia

20 DE MARÇO DE 2021

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Motoboys relatam mudanças na atividade

Restrições no comércio criaram novas demandas para o trabalho de entregas realizados pelos motoboys

Por: Da Redação

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A atividade em duas rodas ganhou uma notoriedade ainda maior em tempos de restrição da pandemia. Afinal, quando precisamos pedir um almoço ou levar algum documento são os motoboys que realizam o serviço de entrega.

Para quem atua na área há vários anos, as consequências da Covid-19 no trabalho foram inesperadas, Fábio Teixeira de 40 anos, teve a primeira experiência como motoboy em 1999. “Comecei aos 19 anos, trabalhava em uma cooperativa de motoboy’s durante o dia com entrega de pacotes e documentos na Baixada Santista e na Grande São Paulo. Já a noite entregava esfihas em um restaurante da região”, destacou Fábio.

O motoboy também citou as diferenças de épocas, ressaltando que há 20 anos, nem todos tinham telefone celular e o GPS sequer era mencionado pelas pessoas. O jeito era memorizar a placa das ruas para ganhar tempo no trabalho.

Com a pandemia da Covid-19, Fábio passou a atender pizzarias pelo sistema tradicional e ainda faz entregas pelo aplicativo, onde destaca que existe uma má remuneração. De acordo com o motoboy, a pandemia trouxe algumas mudanças no cotidiano “O trânsito está mais leve em relação aos anos anteriores. Outro ponto é que as pessoas passaram a valorizar nossa profissão, pois estamos se arriscando todos os dias”. Fábio enfatiza que uma das maiores dificuldades encontradas neste período é o aumento do combustível que obteve uma taxa ainda maior nos últimos meses. Por fim, ele destacou os riscos que todos motoboys correm como multas, acidentes e o perigo de contrair o coronavírus.

Fábio começou a trabalhar como motoboy em 1999/ Foto: Arquivo Pessoal

Já Ricardo Gomes, de 27 anos começou a atuar como motoboy, assim que tirou a carteira de habilitação (CNH). Atualmente, ele trabalha para uma empresa de contabilidade e em uma pizzaria há mais de oito anos.

Como toda profissão, Ricardo destaca que a área tem seus bônus e ônus. Da mesma forma que Fábio, ele sentiu o trânsito mais leve e seguro, já que diminuiu o risco dos acidentes.

Conforme o Detran, ocorreram reduções de mortes de motociclistas em fevereiro. Foram registrados quatro acidentes fatais, frente a seis no mesmo período de 2020 (-33,3%)

Diferentemente do que muitos pensam, o motoboy cita que pelo menos no caso dele, a demanda diminuiu. Ele acredita que uma das explicações é que diversas pessoas estão sem emprego, por isso evitam pedir comida por delivery e algumas tem receio da Covid-19.

Gomes destaca que uma de suas preocupações é o risco com acidentes. Além disso, o trabalhador fala como é a vida de um motoboy “Perigosa, em todos os sentidos, mas libertadora porque você é livre para trabalhar quando quer e quando não, e você trabalha na cidade, vendo pessoas, sem ficar fechado em um escritório”, concluiu.

Ricardo trabalha como motoboy em uma pizzaria e numa empresa de contabilidade/ Foto: Divulgação

Informalidade

Diversos trabalhadores que perderam o emprego durante a pandemia migraram para a informalidade na tentativa de manter o sustento.

Dessa forma, as pessoas passaram a ser motoboys (girls) ou bikeboys (girls) sem carteira de registro, trabalhando apenas pelos aplicativos. No entanto, as condições que as empresas de aplicativo oferecem e o ganho por entrega tem sido uma das maiores reclamações dos motoboys, não é a toa que no ano passado tivemos algumas manifestações nas principais cidades do Brasil.

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