Efeito Petrobras derruba venda e locação de imóveis em Santos | Boqnews
Foto: Nara Assunção

Mercado Imobiliário

13 DE MARÇO DE 2015

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Efeito Petrobras derruba venda e locação de imóveis em Santos

De acordo com o diretor executivo do Secovi- Baixada Santista, Carlos Meschini, efeito negativo da Petrobras já é sentido no mercado de imóveis comerciais na região. Em nota, Petrobras afirma que ainda tem planos de construir as duas torres adicionais que não saíram do papel. Projeto estava previsto para ser concluído em 2013

Por: Da Redação

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A expectativa com a chegada de Petrobras quanto ao boom imobiliário ainda está bem distante da realidade no mercado

A expectativa com a chegada de Petrobras quanto ao boom imobiliário ainda está bem distante da realidade do mercado

No começo da última década, a Baixada Santista vivia uma expectativa grande em relação – principalmente – ao anúncio da construção da Unidade de Negócios da Petrobras, que contemplava um projeto grandioso de três torres e uma oferta de milhares de empregos gerados pela própria estatal e por toda a cadeia do pré-sal. Investimentos que não se concretizaram em sua totalidade e trouxeram para empresários e investidores uma sensação de frustração.

A crise nacional da estatal – com as recentes denúncias – influenciou ainda mais neste cenário. De acordo com o administrador e economista, professor de Comércio Internacional da Unisanta, Helio Hallite, os investidores que vieram para cá em todos os setores estão de “queixo caído” e preocupados com o cenário que se forma a cada ano, ainda mais em razão da crise política e econômica nacional.

“Na região vivemos uma situação difícil. Com a vinda da Petrobras, houve um boom principalmente no setor imobiliário, com empreendimentos nos setores residencial, comercial e de hospedagem na última década. O mercado super dimensionou e valorizou as promessas da Petrobras para a região e todo o stakeholders  (partes interessadas) que traria”, explica. Para ele, o momento – porém – não é de desespero, mas de reestruturação. “Nem tudo está perdido. A região – principalmente por ter o Porto e o Polo Industrial – precisa repensar e elaborar estratégias para atrair novas empresas, não dependendo apenas da estatal”.

Ele cita que na área educacional quem se preparou, por exemplo, pensando nas vagas prometidas pela Petrobras pode buscar oportunidade na área industrial. “O momento é de  repensar as estratégias e se recolocar no mercado”, explica. Atrair outras empresas para se instalar aqui, para Hallite, é uma boa estratégia que precisa ser elaborada. “O grande erro foi apostar todas as fichas na estatal”, conta.

Imóveis

No setor imobiliário, o reflexo é facilmente perceptível. Basta verificar a quantidade de placas de vende-se e aluga-se tanto nos imóveis novos como nos antigos, além das ofertas e promoções dos grandes empreendimentos. Para se ter ideia, em janeiro de 2014, o valor arrecadado pela Prefeitura em transações do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) foi de R$ 5.580.410,77. Já neste ano o mesmo período apresentou queda nominal de 27,9%, chegando a R$ 4.021.780,66. Uma diferença de R$ 1,5 milhão a menos, sem contar a inflação. Número que sinaliza o atual cenário de transações imobiliárias.

Carlos Meschini, diretor executivo do Sindicato da Habitação (Secovi) Baixada Santista, reconhece que houve uma parada nas vendas, especialmente nos imóveis comerciais. “No comercial, já sentimos o efeito negativo da Petrobras. O residencial ainda não, pois acaba sobrevivendo sem a presença da estatal, mas acaba também sofrendo indiretamente”. Em junho deste ano, de acordo com Meschini, será divulgada nova pesquisa  com os números deste semestre. “Vamos sentir muito o impacto Petrobras neste balanço. De 2014 para 2015 haverá um quadro bem interessante e real do que aconteceu.

Em 2013 e 2012, o efeito foi bom, com 60% dos imóveis vendidos e 40% no estoque nos residenciais. No comercial é mais difícil de verificar, pois existem investidores que compram as salas para revenda e locação”, explica. Para Jerry Juncks, que atua como corretor na cidade há dois anos em uma grande empresa, que veio por conta do boom imobiliário, os valores do metro quadrado ainda não apresentaram queda nem para residenciais nem comerciais, porém no momento o poder de negociação é alto. O metro quadrado, segundo ele, segue com padrão de R$ 7 mil, mas se percebe o congelamento dos valores.

Para ele, quem tem dinheiro para investir encontra um cenário favorável. “Um imóvel ou sala comercial que vale R$400 mil pode ser facilmente negociado por R$300 mil.Existem os que investiram  em salas comerciais e esperavam por maiores lucros, o que no momento não será possível. Se o esperado, por exemplo, era conseguir alugar por R$4 mil, o valor que deve chegar é próximo a R$3 mil para não ficar com o espaço vazio”, analisa. Oficialmente, empreendimentos como o Blue Office Mall, na Encruzilhada, já abatem R$ 50 mil na compra de uma sala comercial.  E sempre há espaço para negociação.

Petrobras

A construção das outras duas torres e ampliação das atividades da Petrobras na região já são considerados fatos que não serão concretizados no atual cenário por especialistas e pessoas do setor. Em nota, porém,  a Petrobras informou que as ações e investimentos na Bacia de Santos seguem conforme previsões do Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 da companhia. Neste ano, um novo FPSO (unidade flutuante de produção) entrará em operação no campo de Lula. Além disso, na região a primeira fase da nova sede já foi concluída e a ocupação da Torre 1 começou em 28 de fevereiro. Oportunamente, a companhia divulgará quando serão iniciadas as expansões das duas torres.

Ciclo de palestra 

O Secovi realizará  palestra nesta terça (17), às 18h30, em sua sede, com o tema Perspectivas do Mercado Imobiliário para 2015 na Baixada Santista, onde também será abordado o atual cenário em torno da expectativa em relação ao pré-sal.

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