Em meio aos panetones, castanhas, vinhos e brindes comemorativos pela data natalina e às vésperas do novo ano, as discussões políticas perdem fôlego entre as confraternizações, mas não fogem à pauta. Ainda mais em um ano eleitoral como o próximo, tendo a discussão de impeachment presidencial no meio do caminho.
A despeito do tema, retomo a pesquisa Enfoque/Boqnews divulgada no último dia 12 (acesse aqui), e que avaliou os governos federal, estadual e municipal, além de conhecer a opinião do eleitorado santista sobre o Legislativo – com crescimento da taxa de rejeição – além das perspectivas atuais para as eleições de outubro.
No artigo anterior, concentrei-me nos resultados de avaliação em relação aos governos Dilma e Alckmin. Agora, o foco ocorre em âmbito municipal. Apesar de ninguém confirmar oficialmente, nos bastidores os resultados animaram alguns e aborreceram outros. A única certeza: a pesquisa retrata o momento atual, a despeito de outras consultas simultâneas infladas ao sabor dos interesses e obsessões.
>> Veja a primeira parte da análise
Conforme o levantamento, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) entra no último ano do seu mandato com relativa tranquilidade, tomando como base os índices positivos, com 38,8% de conceitos ótimo e bom contra 15,2% de ruim e péssimo. De forma geral, seu governo é considerado regular por quatro em cada dez santistas. Sua média ponderada se reflete na nota 6.
Ou seja, o governo tem apostado em uma série de obras, mas os resultados não se refletem nos conceitos dados como seu staff imaginaria nesta altura do governo.
Destaca-se que Paulo Alexandre tem uma imagem positiva junto ao eleitor, onde 48% disseram que confiam nele, índice quase idêntico entre os que aprovam sua atuação à frente da Prefeitura.
Porém, 1/3 dos entrevistados disseram não confiar em seu trabalho, percentual refletido no percentual dos que assinalaram que não votarão nele em 2016, contra 25,6% que irão apoiá-lo. Os demais escolheram outras questões. A pesquisa confirma que a reeleição do prefeito está bem encaminhada (ele já sai com 16% dos votos na espontânea), mas pode encontrar resistências no caminho. Nada preocupante, mas o risco existe. Há espaço para crescimento de candidaturas não alinhadas com a atual administração de olho nos 30% de eleitores insatisfeitos, percentual que pode crescer caso seu governo enfrente dificuldades.
Resta saber quem se habilita a enfrentá-lo? O PT, enfraquecido, deve fazer, a muito custo, só uma cadeira na Câmara. A rejeição de quase 50% inviabiliza qualquer candidatura. Como a maioria dos demais partidos de peso aderiu ao governo municipal, como PSB, PMDB, PSD, entre outros, ficará difícil ocorrer uma mudança brusca. A aposta à esquerda com a Rede pode ser uma alternativa ao PT. Terá fôlego, porém?
Ressalve-se que a pesquisa é uma mera fotografia do momento, mas serve para dar o pontapé das discussões políticas municipais do ano que se inicia. Aliás, desejo a todos um 2016 repleto de realizações, paz e saúde.