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Opiniões

05 DE MARÇO DE 2022

Um novo mundo pós-guerra

Por: Humberto Challoub

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Apesar de longínquo, o conflito armado provocado pela invasão das tropas russas na Ucrânia trouxe de volta os conhecidos horrores da guerra, com a destruição de localidades públicas, residências e centenas de mortes de civis.

Mesmo que se busque encontrar razões plausíveis para o confronto, diante da complexidade histórica que marcam as relações dos países do Leste Europeu, especialmente as que integraram a extinta União Soviética, o atual estágio civilizatório da humanidade já não reserva espaço para ações dessa natureza, que condenam populações inteiras ao trauma da perda de familiares, amigos e ao êxodo para outros países.

Ainda não dimensionada todas as consequências trágicas que irão resultar dessa escalada de violência, e o tempo que será necessário para a volta da paz naquela região, fica evidente o nascimento de uma nova ordem mundial, a partir do fortalecimento da unidade europeia e a adesão da quase totalidade dos países ocidentais aos princípios estabelecidos para as relações internacionais, notadamente aos que se referem à proteção aos direitos territoriais e o respeito aos direitos humanos.

Apesar das manifestações ambíguas do presidente Bolsonaro sobre o episódio, a posição brasileira adotada nos fóruns promovidos pela Organização das Nações Unidas não poderia ter sido outra senão a de apoiar integralmente as resoluções que condenam a invasão russa e estabelecem inúmeras sanções financeiras e comerciais, como forma de conter o ímpeto do país soviético.

Da mesma forma, age corretamente a diplomacia brasileira em manter posições que favoreçam a retomada de negociações entre as partes envolvidas e à criação de canais de entendimento para a retomada do diálogo, uma vez que o patrocínio da luta armada apenas aprofundará a tragédia e poderá estimular o uso de arsenais nucleares, com consequências imprevisíveis para o futuro do planeta.

O País, por certo, não ficará incólume às consequências danosas resultantes desse conflito, especialmente diante da dependência que ainda mantém para a importação de produtos necessários a sua cadeia produtiva, como o petróleo e fertilizantes, resultando na carestia e na elevação dos índices inflacionários, o que denota a necessidade de se buscar autonomia produtiva e uma maior diversificação das parcerias comerciais.

O mundo que se preconiza globalizado se obriga agora a criar novas oportunidades e desenvolver sistemas de integração comerciais alicerçados em políticas de relacionamento estabelecidos a partir do respeito mútuo, às leis internacionais e, sobretudo, à paz e à preservação dos valores humanos que devem ser compartilhadas em benefício de todos.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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