Faltando exatamente um ano para as eleições municipais, o cenário eleitoral já começa a se desenhar (o primeiro turno das eleições ocorrerá em 6 de outubro de 2024).
Ainda que seja cedo para qualquer conclusão, indicadores apontam que são reais as chances de Santos voltar a ter segundo turno – algo que não ocorre há duas décadas.
Aliás, a última ocorreu em 2004, quando o então vice-prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB) venceu a deputada Telma de Souza (PT).
Duas décadas depois, pesquisas apontam um cenário onde dois nomes despontam na preferência do eleitorado na atualidade.
O do prefeito Rogério Santos (PSDB), que já anunciou que tentará a reeleição, e o da deputada federal Rosana Valle (PL), que não afirmou publicamente sua pré-candidatura, mas atua nos bastidores para fortalecer seu nome.
Diante deste cenário, as forças de esquerda terão papel fundamental, como assegura o presidente do PT santista, vereador Francisco Nogueira.
“Se houver algum receio de que a democracia correrá risco em Santos, o PT será firme nesta questão”, afirma.
Ele reconhece, porém, que é prematuro dizer que o Município terá dois turnos.
“Hoje , indica isso. Mas ainda temos muita coisa a definir. O governo Lula vai entregar muita coisa em Santos no próximo ano”, enfatizou.
Nomes
O nome da vereadora Telma de Souza (PT) sempre aparece como o mais cotado para esta missão.
Ela mesmo já reconheceu que é ‘candidatável’. (leia mais aqui)
No entanto, ressalta Nogueira, há necessidade de maior debate.
“A Telma é um nome forte. Mas o debate vai se afunilar para chegarmos ao melhor nome para vermos a estratégia visando esta eleição para fazermos um bom programa de governo”, enfatiza.
Assim, o lançamento de uma candidatura da Federação (PT/PV e PCdoB) é praticamente certa como forma de enfatizar a gestão do presidente Lula.
E ser um fiel da balança nas eleições municipais.
Além disso, haverá um componente importante – a ser agregado com outros partidos de esquerda fora da Federação, caso também lancem candidatos.
Mesmo que a Federação não saia vitoriosa ou vá para o segundo turno, o cenário é claro.
“O PT não vai apoiar uma eventual candidatura de Rosana Valle caso não esteja no segundo turno”, enfatizou, de forma categórica, durante participação no Jornal Enfoque desta quinta (5).
A parlamentar é uma das principais defensoras do governo Bolsonaro, sendo eleita a presidente do PL Mulher no Estado de São Paulo.
Além disso, como presidente da legenda da estrela vermelha em Santos, Nogueira e o partido, ressalta, tem a missão de ampliar o número de edis ligados a partidos de esquerda.
“Queremos aumentar o número de cadeiras no Legislativo, independente de quem for o (a) futuro (a) prefeito (a)”, diz.
Bolsonaro
O vereador, aliás, foi à tribuna na sessão de terça para criticar a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro receber a medalha Braz Cubas, a maior honraria oferecida pelo Legislativo.
“É um absurdo entregar uma honraria a ele por algo que ele não fez. É degradante a Câmara de Santos votar este projeto”, lamenta.
O projeto – que precisa de 14 dos 21 votos dos vereadores para ser aprovado – está na Procuradoria e depois passará para as comissões de Finanças e Justiça do Legislativo.
Autor do projeto, Fábio Duarte (Podemos) está confiante na aprovação do mesmo.
Além disso, já divulgou até a data da homenagem: 1º de novembro.
Empréstimo internacional
Durante o programa, o vereador falou também da proposta de autorização de empréstimo internacional de US$ 105 milhões (R$ 541 milhões)
Além de contrapartida dos cofres municipais de US$ 26.327.089 (R$ 135,58 milhões).
O objetivo é a realização de obras de macrodrenagem em pontos da Zona Noroeste, além de pavimentação das avenidas da orla, Bernardino de Campos e Ana Costa.
E ampliação das câmeras de monitoramento em próprios municipais, entre outras ações.
A segunda discussão estava pautada na sessão desta quinta.
A ‘nova’ oposição se coloca contrária à proposta, como o vereador Duarte.
“Não vou dar cheque em branco”.
Nogueira disse que o PT votará a favor do projeto, por entender seu papel social.
Saiba detalhes aqui
Número de vereadores
Nogueira também disse que votaria de forma favorável um eventual projeto que amplia de 21 para 23 vereadores no Legislativo santista.
O assunto tem sido tratado nos bastidores do Legislativo.
Conforme a legislação atual, cidades com até 500 mil habitantes podem ter até 23 edis.
O custo do aumento de cadeiras – com os devidos assessores – superaria em R$ 110 mil/mês os gastos do Legislativo.
Confira a entrevista completa
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