Oswaldo de Oliveira assinou contrato com o Palmeiras até 31 de dezembro de 2015, nesta terça-feira (16) e foi apresentado oficialmente com técnico do clube na Academia de Futebol, CT (centro de treinamentos) do Palmeiras. Junto com ele, chegam ao Palmeiras o auxiliar-técnico Luiz Alberto, o preparador físico Ricardo Pinto e o analista de desempenho Gabriel Oliveira.
Trajando terno e gravata, o treinador recebeu do presidente Paulo Nobre uma camisa do Palmeiras com o número 100 nas costas, além de um livro com a história do clube.
Com seu característico estilo pausado de falar, o técnico fez, logo de cara, afirmações bastante contundentes.
“Realizo um sonho hoje, ao trabalhar nesse clube com tanta tradição e herança positiva no futebol brasileiro. É realmente uma emoção muito grande, inspiradora e motivadora, acima de tudo”, disse. “Vamos buscar ao longo desse ano conseguir restaurar os grandes momentos do Palmeiras.”Quero reeditar mais um ciclo vitorioso do Palmeiras. Eu que já vi tantos desde a década de 1960, quando ia ao Maracanã ver Djalma Santos, Ademir da Guia e Dudu. Espero trazer ao clube um pico de virtudes nesta e nas demais temporadas”, disse.
O treinador afirmou que a proposta do Palmeiras, com quem iniciou conversas na última sexta (12), foi irrecusável.
“O que me seduziu foi a proposta de reformulação do elenco e estabilidade de trabalho, sem atrasos de salários, que não tive nos dois últimos clubes [Santos e Botafogo]”, disse. Oswaldo também fez questão de mencionar o ex-técnico do clube, Dorival Júnior, a quem fez agradecimento pela manutenção da equipe na Série A.
O treinador deixou claro que quer trabalhar na formação do elenco do Palmeiras para a próxima temporada, indicando reforços. Afirmou que ainda não conheceu pessoalmente Alexandre Mattos, que assume como diretor-executivo do Palmeiras em janeiro próximo, a quem elogiou pelo trabalho no Cruzeiro, e estabeleceu como 34 o número ideal de atletas para o elenco. E disse que o volante Arouca, com quem ele trabalhou no Santos, seria um ótimo reforço para o clube alviverde.
“Quatro goleiros e três jogadores para cada posição, de preferência com um garoto da base podendo ou não ser a terceira opção”, disse. O treinador reconheceu que o início de seu trabalho prático, em 7 de janeiro, não será com as condições ideais.
“Seria ótimo já começar com o elenco montado, mas sabemos que isso não será possível, pelas dificuldades de se contratar hoje em dia”, disse. “Será necessário um tempo de adaptação, para desenvolver, e já estamos com essa missão, buscando organizar o Palmeiras para 2015”, afirmou. Sobre o trabalho com jovens, Oswaldo reconhece que suas passagens por Santos e Botafogo acabaram fazendo com que ele ficasse identificado por aproveitar bem a base. Afirmou, porém, que idade e até mesmo nacionalidade dos atletas importam pouco, diante da qualidade dos atletas.
“Acima de tudo, gosto de trabalhar com jogadores bons, de qualquer idade e nacionalidade. Não me importa se é jovem, austríaco ou brasileiro, o importante é que sejam bons jogadores, disciplinados e obedientes”, afirmou. Tal declaração é tranquilizadora para uma diretoria que teve nada menos que oito estrangeiros no grupo no último ano, dos quais quatro, todos argentinos [Tobio, Allione, Mouche e Cristaldo] entraram em rota de colisão com o antigo técnico, Dorival Júnior.
Sobre o elenco, o técnico fez elogios ao meia Valdivia, mas afirmou que não se pode construir um time em cima de um só jogador. “Se assim fosse, Argentina e Portugal teriam ganhado a última Copa do Mundo”, disse. “É preciso montar um elenco competitivo e uma equipe equilibrada na defesa e no ataque”, diz. Oswaldo também se disse orgulhoso por ser o único técnico na história a ter trabalhado nos oito clubes grandes do eixo Rio-São Paulo. E deu de ombros para o fato de ter tido uma passagem marcante pelo rival Corinthians. “Não sou o primeiro e não serei o último”, afirmou.