“Nós temos que sentar com o PSB do Márcio França, o PCdoB, do Orlando Silva, com o PSOL, do Guilherme Boulos, e o próprio PT, para ver quem pode apresentar uma melhor perspectiva de alternância do poder no Estado de São Paulo”.
Essa foi algumas das frases ditas pelo ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, convidado do Jornal Enfoque/Manhã de Notícias desta sexta-feira (25).
Haddad, candidato à presidência da República em 2018 e professor da Universidade de São Paulo (USP), citou que a população do Estado vai começar a prestar atenção em alternativas depois de 28 anos do PSDB no poder.
De acordo com o ex-ministro da Educação, as entregas das obras pelo governo paulista não estão caminhando como deveriam em São Paulo, citando o caso do túnel Santos/Guarujá, Rodoanel, Rodovia dos Tamoios e o metrô na Capital.
Além disso, ele citou que, por meio da Fundação Perseu Abramo, ele está à frente de um plano de recuperação para o Estado de São Paulo.
Presidência
Haddad também comentou um dos assuntos com maior repercussão nesta sexta-feira que foi a divulgação da pesquisa do Ipec para a presidência da República que aponta uma larga vantagem do ex-presidente Lula (PT).
O petista aparece com 49% nas intenções de voto, seguido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com 23%, e Ciro Gomes (PDT) 7%.
“Eu pressinto que o presidente Lula chega muito forte para as eleições, sobretudo depois das vitórias judiciais que ele teve com uma repercussão mundial”.
O ex-ministro também analisou a atual pauta do Ministério da Educação, cargo que ocupou durante 7 anos, sendo o mais longevo, e enfatizou os desafios que o setor deverá ter após o fim da pandemia.
“A área educacional tem sido duramente atingida. Haverá necessidade de muito esforço para recuperarmos as perdas educacionais em razão dos reflexos da pandemia para as crianças e adolescentes”, salientou.
Neste sentido, ele enfatizou que será impossível manter o teto de gastos, que vigora hoje no País. “Não dá para misturar investimentos com gastos”, salientou.
Haddad também criticou a proposta do atual governo da implantação das escolas cívico-militares.
“Não está claro qual o papel delas. Hoje, o maior desafio do País está no Ensino Médio. Quando ministro, investimos nas escolas técnicas federais. E estados que fizeram o mesmo, como Ceará e Goiás, tem colhido bons resultados”.
E recorda que raramente, quando esteve à frente do Ministério, tinha encontros com os governadores, ao contrário dos prefeitos.
“Eles tinham uma preocupação muito maior que os governadores, sem dúvida”, lembra.
Outros Temas
Haddad falou sobre diversos assuntos, como o balanço do governo do PT, reconhecendo erros do partido, o Porto de Santos, ações para a Baixada Santista e o legado da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016.
“O legado dos Jogos Olímpicos foi muito maior que da Copa do Mundo”, reconhece.
Programa completo
Confira a entrevista completa de Fernando Haddad no Jornal Enfoque/Manhã de Notícias.