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08 DE OUTUBRO DE 2021

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Campanha Comer Bem Sim lança plataforma interativa

A campanha chama a atenção para a necessidade debater a taxação de bebidas açucaradas e a proibição da publicidade de alimentos ultraprocessados para o público infantil

Por: Da Redação

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O site traz um jogo, com muita diversão e informação, envolvendo o universo da alimentação equilibrada e saudável, a um concurso cultural, com prêmios aos finalistas

 

Uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos está acima do peso, 9% delas com obesidade e 5%, com obesidade grave

 

A campanha Comer Bem Sim, promovida pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica – ABESO, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM e Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD, é voltada para crianças entre 4 a 12 anos e também suas famílias, educadores e profissionais ligados a este universo da alimentação, nutrição, saúde e bem-estar.

 

“Buscamos envolver a criança e a família em um ambiente virtual lúdico, que traz a educação em nutrição como ponto essencial de uma vida mais saudável e equilibrada”, destaca a presidente da ABESO, a endocrinologista Cintia Cercato.

 

A página traz dicas de como adotar e dar continuidade a novos hábitos para uma alimentação saudável, baseadas no Guia Alimentar para a População Brasileira, 2014, do Ministério da Saúde.

 

“Comer bem tem relação com as escolhas alimentares, tem a ver com os nutrientes que ingerimos. E a nossa intenção é ajudar os pais e crianças nessas escolhas”, aponta Renata Bressan, do Departamento de Nutrição da ABESO. Comer bem é comer a quantidade certa e, principalmente, a quantidade certa daquilo que devemos comer”, complementa a nutricionista.

 

Também no site, há um jogo de perguntas e respostas, guiado pelo carismático personagem, criado pela designer Ana Paula Rosa, inspirado em uma ilustração de um cartaz feito pelo artista plástico Darlan Rosa, em 1999, para uma campanha de mesmo tema para o governo de Angola. As crianças testam os seus conhecimentos sobre a necessidade de consumir vegetais, ingestão de água e outros líquidos, malefícios dos alimentos ultraprocessados e a importância de uma alimentação equilibrada.

 

O personagem ganha vida e passa informações essenciais sobre o comer bem para crianças. “O personagem conversa com a família e a envolve no processo de melhorar e conscientizar sobre a importância da alimentação na vida”, salienta o presidente da SBD, o endocrinologista Domingos Augusto Malerbi.

 

As crianças de 4 a 12 anos terão ainda a chance de escolher um nome para o personagem da campanha. Os três nomes escolhidos por uma comissão julgadora, irão para a votação do público e concorrem a uma bicicleta, um skate e um par de patins.

 

Todos os prêmios serão acompanhados de equipamentos de segurança, como capacetes, joelheiras e cotoveleiras.

 

O resultado final do concurso será divulgado em uma live no dia 29 de outubro, com a participação das entidades científicas realizadoras da campanha e do concurso cultural, além de convidados. Depois disso, o resultado será postado no site oficial do evento.

 

A Comissão e os finalistas

 

As sugestões de nomes poderão ser enviadas até o dia 15 de outubro, quando serão avaliadas por uma comissão julgadora pra lá de especial, que selecionará os três grandes finalistas.

 

Fazem parte desta comissão, Karin Krogh, escritora infantil; Erica Mizutani, artista plástica; Sergio Rodrigues, jornalista da Folha de SP e crítico literário; Erika Balbino, cineasta e escritora infantil, Thaís Manarini, editora da revista Veja Saúde e Mariana Janjácomo, jornalista, correspondente internacional e coordenadora de programas educacionais da Faculdade de Jornalismo da CUNY, em Nova Iorque.

 

Os três nomes selecionados serão divulgados no site oficial do concurso, para votação do público. O nome que obtiver mais curtidas, no período de 19 a 28 de outubro, será eleito o grande vencedor.

 

Bebidas açucaradas

 

A campanha Comer Bem Sim possui dois grandes pontos que merecem atenção especial e que estarão presentes em diversos espaços, seja no game, no site ou nos materiais de divulgação. O primeiro deles é a necessidade da taxação de bebidas açucaradas, em oposição aos subsídios fiscais hoje oferecidos no Brasil.

 

“O Brasil, na contramão da tendência mundial de taxar bebidas açucaradas, subsidia o setor”, lembra o presidente da SBEM, César Luiz Boguszewski.

 

Enquanto isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e associações de profissionais no mundo discutem o aumento de impostos para bebidas desse tipo, como já acontece em diversos países e regiões como México, Chile, França e parte dos EUA.

 

Um relatório da OMS, publicado em 2016, afirma que um imposto de 20% ou mais resulta em uma queda nas vendas e consumo de bebidas açucaradas, uma forma de fazer com que as pessoas consumam menos açúcares livres, como frutose e glicose, ingiram menos calorias e reduzam o risco de cárie dentária.

 

“Vale destacar que o consumo de açúcares livres, incluindo produtos como bebidas açucaradas, é um fator importante para o aumento global de pessoas com obesidade e diabetes tipo 2”, destaca Maria Edna de Melo, endocrinologista do Grupo de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

 

Publicidade de bebidas e alimentos voltada ao público infantil

 

Um levantamento de 2020 do Sisvan/Ministério da Saúde mostra que, no Brasil, uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos estava acima do peso, sendo que 9% delas com obesidade e 5%, com obesidade grave.

 

“O maior tempo em frente às telas piora esse cenário, visto que expõe massivamente as crianças a mensagens comerciais de alimentos ultraprocessados que, em geral, contêm muito açúcar, gordura e aditivos”, informa Cintia Cercato.

 

De acordo com especialistas, até os 12 anos de idade, as crianças ainda não desenvolveram o pensamento crítico e, portanto, são vulneráveis aos apelos de publicidade. “Assim, considerando o fato de que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados favorece as doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e diabetes, é urgente a necessidade de proibir a publicidade de alimentos e bebidas voltados ao público infantil”, encerra a assessora governamental da SBD, a endocrinologista Hermelinda Pedrosa.

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